Coluna Movimento Econômico

Desafios da infraestrutura para a nova economia

Constantes interrupções no fornecimento da energia têm se tornado motivo de preocupação para empresários que investem no H2V

Energia limpa é um ativo valioso do Brasil - Foto: MME/Divulgação

 Nesta semana que se encerra, o portal Movimento Econômico apresentou aos seus leitores uma série de reportagens sobre os desafios que o Brasil, em especial, o Nordeste enfrenta sob o ponto de vista da infraestrutura que deve ser oferecida aos projetos de hidrogênio verde e data center que estão chegando ao país, em especial à costa nordestina.

 A primeira matéria da série mostra que o Nordeste se tornou exportador de energia eólica e isso é um fator de atração para investimentos. Mas as constantes interrupções no fornecimento da energia têm se tornado motivo de preocupação para empresários, que ficam inseguros sobre a real disponibilidade de infraestrutura energética.

 A segunda reportagem revelou que a região vai precisar investir na infraestrutura de transmissão de energia não só para atender à nova indústria do hidrogênio renovável, principalmente o verde (H2V), mas a outro negócio que está acelerado na nova economia: os data centers. O avanço na digitalização de processos, na Inteligência Artificial (IA) e na Internet das Coisas (IoT) vem ampliando o tráfego de dados e exigindo investimentos em data center. E energia é o seu principal insumo.

O pico atual de carga da região Nordeste é de 16,22 GW. A demanda por energia na região para apenas os 11 projetos de hidrogênio renovável anunciados somam 45 GW. Para os data centers, serão mais 9 GW. Desses, apenas 1 GW será demandado pelo Sudeste. A terceira reportagem da série mostra como a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) vem se preparando para este cenário de alto consumo.

A região Nordeste não precisará apenas de ampla oferta de energia para se tornar o principal centro produtor de hidrogênio verde do Brasil. Água também é um insumo muito importante. Essa é uma preocupação que os novos investidores precisam considerar ao escolher a região para sediar seus investimentos. O assunto foi abordado na quarta reportagem da série. O curioso aqui é que uma alternativa para equacionar o problema é o reuso da água e isso significa que esgoto começa a ter valor. Os negócios de H2V podem ajudar o Brasil a resolver o seu déficit sanitário.

A série encerra com uma entrevista com Luiz Viga, country manager da Fortescue no Brasil, empresa que tem um dos projetos mais avançados do H2V no país. Ele explica porque mesmo tendo que gastar mais para equacionar os gaps da infraestrutura, os investidores continuam chegando ao Nordeste.

Viga revela que durante a prospecção por localização, a Fortescue visitou cerca de 100 países até escolher o Brasil. Ele fala das preocupações da empresa com as interrupções na distribuição de energia e defende que o país precisa cuidar do Sistema Integrado do setor elétrico, responsável pela distribuição de energia no país. Para Luis Viga, esse é um diferencial, pois o sistema tem mais de 90% de energia renovável no grid, o que garante certificação para o H2V. A série pode ser lida no www.movimentoeocnomio.com.br
 
 
Pedágio e sustentabilidade
A rodovia Rota do Atlântico, no litoral sul de Pernambuco, agora conta com um telão de LED na praça de pedágio para informar sobre trânsito e campanhas de segurança. O sistema é abastecido por fontes de energia renovável e se adequa ao Selo de Energia Limpa, estabelecido pelo Ministério de Desenvolvimento Brasileiro.

Mulheres investidoras
Levantamento interno realizado pela incorporadora Capital Concreto aponta que as mulheres correspondiam a apenas 12% das investidoras em cotas de empreendimentos liderados pela companhia até julho deste ano. Em agosto, o número subiu para 44% com a ativação do projeto R.496, a primeira incorporação imobiliária 100% desenvolvida por mulheres. "O R.496 demonstra que, quando as mulheres lideram o investimento imobiliário, elas não só atraem outras para o setor, mas estabelecem um ambiente de negócios mais inclusivo", completa a co-founder da Capital Concreto, Mariana Menezes.

Leia a série Os desafios da infraestrutura para a nova economia:

Materia 1- Negócios do hidrogênio verde florescem em meio a desafios da infraestrutura

Matéria 2 - Negócios de data center prosperam no Nordeste, mas energia preocupa

Matéria 3 - Investimentos em distribuição depedem da maturidade dos projetos, diz EPE

Matéria 4 - Água de esgoto vira insumo valioso na era do H2V

Matéria 5 - "H2Vpode dominar o setor de dessalinização e democratizá-lo"