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"Fazemos o máximo, mas papel do governo federal é limitado", diz secretário de Segurança Pública

O secretário nacional fez declaração após cobrança de Castro

Mário Luiz Sarrubbo - ALESP

O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Luiz Sarrubbo, irá ao Rio de Janeiro na próxima semana para discutir a ampliação do apoio do governo federal no combate ao crime organizado no Estado.

Nesta quinta-feira, uma troca de tiros intensa entre traficantes e policiais militares na Avenida Brasil deixou três pessoas mortas, todas baleadas na cabeça. Após o episódio, o governador Cláudio Castro cobrou uma participação mais intensa do governo federal na segurança.

Ao Globo, Sarrubbo disse que recebeu a ordem do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de "ouvir e atender" aos pedidos, mas ressaltou que o papel do governo federal é "limitado". — O papel do governo federal é limitado, e dentro das nossas limitações estamos fazendo o máximo possível — afirmou o secretário.

Ele lembrou que a Força Nacional já está presente no Estado, com cerca de 300 homens, atuando na vigilância de rodovias federais na repressão a quadrilhas de roubo de cargas - foi este o crime que motivou a operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Complexo de Israel, Zona Norte, que culminou no tiroteio.

— A gente não faz operações, mas fomenta, incrementa o trabalho da polícia. Vamos apoiar o que pudermos e oferecer uma aproximação mais concreta — acrescentou Sarrubbo.

Responsável pela área de segurança pública no governo federal, o secretário classificou o confronto na Avenida Brasil como "algo fora do normal, mas que tem ocorrido com uma certa frequência". Ele tem uma reunião marcada com o secretário estadual de Segurança Pública, Victor Santos, na próxima terça-feira. O encontro acontece após Castro fazer um apelo de "ajuda" ao governo Lula.

— Não cai OVNI aqui com armas, estão entrando pelas estradas, portos e aeroportos e por isso precisamos de ajuda. Essas armas e drogas não são produzidas aqui no Rio de Janeiro. Essas armas entram por portos e aeroportos federais — disse o governador.

Formada por agentes da PM de diversos estados pagos com recursos do governo federal, a Força Nacional atua no Rio de Janeiro desde outubro de 2023. Atualmente, conta cerca de 300 agentes mobilizados.

— Prorrogamos a atuação da Força Nacional na questão do roubo de cargas. Vamos oferecer a nossa Diop (Diretoria de Operações Integradas) para tentar junto com as forças do Rio e outras polícias articular operações — afirmou Sarrubbo.

Segundo dados do Ministério da Justiça, uma quantia de R$ 193 milhões foi repassada ao Rio de Janeiro por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública entre 2019 e 2023. Desses, R$ 44,3 milhões foram remetidos no fim do ano passado, mas os valores não foram executados por enquanto.

Em relação aos valores executados nos anos anteriores, o dinheiro foi gasto com compra de equipamentos, softwares, veículos e blindagem para a Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros.

Segurança no G20
A despeito do tiroteio que vitimou três inocentes que estavam se deslocando ao seu local de trabalho nesta quinta-feira, o chefe da Senasp garantiu a segurança da reunião da cúpula do G20, que acontecerá em novembro, no Rio de Janeiro.

A cidade sediará uma série de reuniões e eventos de políticos, economistas e empresários dos países que representam 85% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.

— O G20 não nos preocupa. Vai dar tudo certo, não tenho dúvidas disso. Estamos trabalhando há muito no planejamento do evento, com Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Diop etc. — disse o secretário.

A prorrogação da presença da Força Nacional no Rio, determinada por Lewandowski em setembro, abarca o período do G20. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, é um dos chefes de Estado confirmados para comparecer ao evento no Rio de Janeiro.