Governo Milei vai leiloar mais de 400 propriedades do Estado argentino e pretende arrecadar 800 mi
Outros 800 imóveis serão colocados à venda, com objetivo de ''reduzir despesas desnecessárias''
O governo de Javier Milei vai leiloar mais de 400 edifícios do Estado em toda a Argentina, com os quais espera obter receitas de 800 milhões de dólares (cerca de R$ 4,5 bilhões), informou nesta sexta-feira um porta-voz do governo.
A Agência de Gestão de Ativos “vai leiloar mais de 400 imóveis e colocar à venda outros 800 imóveis, com o único objetivo de reduzir despesas desnecessárias”, disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em conferência de imprensa.
“Estima-se que estes imóveis tenham um valor total estimado em 800 milhões de dólares”, acrescentou.
Adorni explicou que um dos edifícios à venda será a sede, no bairro de San Telmo, do antigo Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade, avaliado em 12,5 milhões de dólares. Argumentando a sua suposta inutilidade, ao assumir o cargo em dezembro Milei dissolveu este ministério lançado pelo governo do seu antecessor Alberto Fernández e converteu em subsecretário do Ministério da Justiça.
Adorni anunciou ainda que na segunda-feira será publicado um decreto em que o governo proíbe “cargos hereditários” em cargos públicos. A prática existente em alguns órgãos estatais, e que consta dos seus acordos coletivos, consiste em dar preferência na contratação de novo pessoal, sob determinadas condições, aos familiares diretos de um trabalhador falecido.
É o caso, por exemplo, do Banco Central, onde foi dada preferência ao cônjuge ou filho de funcionário falecido, sujeito a certa vulnerabilidade vinculada ao falecimento. Essa norma foi revogada em 2018 por decreto do então presidente Mauricio Macri, mas o conselho de administração do Banco Central a restaurou e usou em 2022, durante o governo de Alberto Fernández.
“Esses resquícios de privilégios de sangue, esses resquícios medievais (...) persistem nos níveis do setor público argentino”, disse Federico Sturzenegger, ministro da Desregulamentação e Transformação, pasta criada por Milei para reduzir o tamanho do Estado.
O governo não forneceu uma estimativa de quantos empregos “hereditários” existem atualmente na função pública.