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Conservadores lideram eleições na Bulgária, mas ainda sem maioria para governar

Em junho, apenas 34% dos eleitores compareceram às urnas

Eleições na Bulgária em outubro de 2024 - NIKOLAY DOYCHINOV / AFP

Os conservadores liderados pelo ex-primeiro-ministro Boiko Borisov lideram os resultados das eleições legislativas deste domingo (27) na Bulgária, mas a incerteza persiste sobre as possíveis combinações para formar um governo estável, depois de sete eleições em três anos e meio.

Como na última eleição de junho, o partido Gerb lidera com 26% dos votos, à frente dos liberais pró-europeus da coalizão PP–DB, (15%) e dos nacionalistas pró-Rússia do Vazrajdane (13%), segundo pesquisas de boca de urna.

Estas são as sétimas eleições legislativas desde 2021 no país mais pobre da União Europeia, o que gera cansaço na população e favorece a emergência da extrema direita pró-Rússia.

Além disso, perdem força na Bulgária as aspirações de mudança demonstradas no verão boreal de 2020, com enormes manifestações anticorrupção contra o governo conservador de então.

Obrigado a se retirar após esses protestos, Borisov e seu partido Gerb venceram as últimas eleições de junho, mas tiveram problemas para encontrar aliados e formar governo, algo que, ao que tudo indica, deve acontecer novamente.

Em junho, apenas 34% dos eleitores compareceram às urnas, o mínimo desde a queda do comunismo há 35 anos.

Neste domingo, o índice aumentou ligeiramente, registrando 35% de participação uma hora antes do fechamento das urnas.

"Estamos fartos de ficar presos neste carrossel que dá voltas e voltas, com o mesmo resultado final", disse Aneliya Ivanova, uma profissional de informática de 33 anos em Sófia, a capital.

Os reformistas da coalizão PP–DB perderam fôlego neste período de instabilidade. Em contrapartida, os nacionalistas pró-russos do Vazrajdane (Renascimento) fincam suas raízes no panorama político do país que, apesar de integrar OTAN e UE, ainda é muito russófilo.

Borisov abriu as portas para uma aproximação com esse partido, mas reconhece que seus aliados em Bruxelas e Washington não veriam isso com bons olhos.

Quando governava, o conservador de 65 anos procurou tratar bem a Rússia, respeitando as diretrizes de UE e Otan, mas depois da invasão da Ucrânia se posicionou claramente contrário a Moscou.