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Haddad se reúne com Lula nesta segunda-feira (28) para discutir corte de gastos

Ministro estava nos Estados Unidos, onde participou de reuniões do FMI e do G20

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (E), e o Ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad - Paulo Pinto/Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta segunda-feira (28) à tarde, no Palácio da Alvorada, para discutir corte de gastos.

O chefe da equipe econômica voltou a Brasília nesta segunda depois de votar em São Paulo e passar a semana passada em Washington, onde participou de reuniões do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do G20.

Com o ministro fora de Brasília, os técnicos se debruçaram para apresentar agora uma série de opções de medidas, que antes de serem enviadas ao Congresso Nacional serão analisadas pelo presidente Lula.

Como será precisar aprovar mudanças na legislação, a estratégia foi aguardar o segundo turno das eleições municipais para aprofundar as discussões. A equipe econômica evitou até o momento detalhar o escopo das medidas, mas sustenta que é preciso reduzir as despesas obrigatórias para manter o arcabouço fiscal.

Nas rodadas de conversas anteriores com os ministros, Lula deixou claro que não pretende desvincular benefícios previdenciários permanentes, como aposentadorias, das regras de reajuste do salário mínimo, que englobam a reposição da inflação e o crescimento da economia.

Os técnicos da área econômica estudam mudanças nos benefícios temporários, como seguro desemprego, abono e assistenciais, o Benefício de Prestação Continuada (BPC).

No entendimento da Fazenda, as medidas são necessárias para assegurar a retomada do grau de investimento até o fim do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2026. Esse discurso vai ser encampado pela pasta de Haddad como forma de convencer o presidente Lula e o Congresso Nacional da necessidade da agenda, além de tentar blindar as medidas.

A equipe econômica trabalha em um pacote de revisão de gastos mirando um corte de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões em despesas.

O corte de gastos mira um mix de resultados. Ao mesmo tempo em que se espera melhorar o resultado das contas públicas em si, a Fazenda também quer garantir que o arcabouço fiscal pare de pé a partir de 2026, quando se calcula que as despesas obrigatórias passarão a consumir uma parte maior do Orçamento.

Em 2027, sem mudanças de regras, quase não haveria espaço para despesas não obrigatórias, como investimentos e custeio da máquina pública.

No início de novembro, a partir do dia 3 e até o dia 9, Haddad deve fazer uma viagem para países europeus. O ministro deve passar por quatro ou cinco capitais. As agendas ainda estão sendo definidas. A viagem deve ocorrer poucos dias antes do G20 no Brasil, que acontece na segunda quinzena de novembro no Rio de Janeiro.