Câmara dos Deputados

Escolhido por Lira, Hugo Motta diz que presidente do Republicanos foi "fiador da candidatura"

Deputado do Republicanos entrou na disputa em reviravolta após saída de Marcos Pereira

Hugo Motta dá entrevista após ser escolhido por Lira - Gabriel Sabóia

Escolhido por Arthur Lira (PP-AL) para ser o candidato do grupo político à presidência da Câmara, o líder do Republicanos na Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o presidente do partido foi o principal "fiador da candidatura".

Presidente do Republicanos, Marcos Pereira disse que Motta "representa hoje as características para enfrentar os desafios que o Brasil tem pela frente."

— Ele representará a defesa dos parlamentares e o diálogo dos Poderes. Buscamos apoios que unifiquem a Casa — disse.

Lira anunciou nesta terça-feira o apoio a Hugo Motta (Republicanos-PB) para a sua sucessão a partir do ano que vem. O anúncio foi feito ao lado de líderes de partidos como MDB e PP, de um vice-líder do PT e do presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), que abriu mão da disputa e abriu caminho para Motta.

— Declarar apoio a Hugo Motta, neste momento, é a minha contribuição pessoal para a convergência e para que possamos manter uma Câmara firme na defesa do Parlamento e do Brasil. Estou convicto de que o candidato com maiores condições políticas de construir convergências no Parlamento é o deputado Hugo Motta, nome que demonstrou capacidade de aliar polos aparentemente antagônicos com diálogo, leveza e altivez — disse Lira.

Estavam ao lado de Lira e Motta os líderes Isnaldo Bulhões (MDB-AL), Dr. Luizinho (PP-RJ) e Rubens Pereira Jr (PT-MA), vice-líder do PT, e outros parlamentares.

Na tentativa de ampliar o apoio a Motta e atrair o PT, que está inclinado a entrar na aliança do líder do Republicanos, mas ainda não tomou a decisão, Lira decidiu retardar a tramitação do projeto que dá anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro. O projeto, que tinha votação prevista para esta terça na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, é um pleito da ala bolsonarista da Casa e agora vai passar por uma comissão especial.

— O tema deve ser devidamente debatido pela Casa. Mas não pode jamais, pela sua complexidade, se converter em indevido elemento de disputa política, especialmente no contexto das eleições futuras para a Mesa Diretora da Câmara — disse Lira.

O presidente da Câmara usou o pronunciamento também para fazer acenos aos líderes do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do PSD, Antônio Brito (BA) — chamou ambos de "verdadeiros amigos de vida".

Motta entrou na disputa após a saída de Pereira. A mudança provocou uma reviravolta na disputa e atrapalhou os planos do líder do União Brasil, Elmar Nascimento, antes tido como favorito para ter o apoio de Lira.