Saiba quem são as principais testemunhas no julgamento sobre o assassinato de Marielle e Anderson
Audiência com Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz no banco dos réus tem início nesta quarta-feira, no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro
Começa nesta quarta-feira o julgamento dos ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, réus pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. A dupla confessou ser executora do crime cometido em março de 2018. A audiência começa pelos depoimentos das testemunhas de acusação. A principal a ser ouvida é a então assessora da parlamentar, Fernanda Chaves, que estava no carro e foi a única sobrevivente.
Os dois respondem por duplo homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emboscada e recurso que dificultou a defesa da vítima) e pela tentativa de homicídio contra Fernanda. São esperados os depoimentos de nove testemunhas, dos quais apenas duas de defesa e sete de acusação. Veja abaixo a lista.
Testemunhas de acusação arroladas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ):
Fernanda Gonçalves Chaves: vítima sobrevivente do ataque
Ágatha Arnaus Reis: viúva de Anderson
Monica: Benício: viúva de Marielle
Marinete da Silva: mãe de Marielle
Carolina Rodrigues Linhares: perita criminal
Luismar Cortelettili: agente da Polícia Civil do Rio
Carlos Alberto Paúra Júnior: agente da Polícia Civil do Rio
Testemunhas de defesa de Ronnie Lessa:
Marcelo Pasqualetti: agente federal
Guilhermo Catramby: delegado da Polícia Federal
Testemunhas de defesa de Élcio de Queiroz:
A defesa do réu desistiu dos depoimentos das testemunhas que havia requerido anteriormente.
O julgamento
A audiência será realizada no 4º Tribunal do Júri do Rio, no Centro do Rio de Janeiro, com início marcado para as 9h. Os réus, que estão presos desde 2019, vão a júri popular e participam de forma remota, por videoconferência, a partir dos presídios onde estão. Testemunhas também poderão participar de forma on-line. O julgamento terá transmissão ao vivo pelo canal do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro no YouTube.
Após os depoimentos das testemunhas e dos réus, será o tempo para que os defensores dos réus e a acusação debatam o processo. A previsão é de que o julgamento se estenda por ao menos dois dias.
O juiz Gustavo Kalil, titular do 4º Tribunal do Júri, decidiu que comparecerão no plenário apenas os participantes do júri. Antes definido para presidir o julgamento, será substituído pela juíza Lucia Glioche. Os réus participam por videoconferência: Lessa a partir do Complexo Penitenciário de Tremembé, em São Paulo; e Queiroz do Complexo da Papuda, presídio federal em Brasília.
O Juízo solicitou às partes envolvidas no processo que apenas compareçam em plenário as pessoas que efetivamente participarão do júri.
Em uma reunião, realizada em setembro no Fórum Central do Rio, quando foi escolhida a data, a promotoria e as defesas desistiram de tomar o depoimento do delegado Giniton Lages e do policial civil Marco Antônio de Barros Pinto. Eles constavam no rol de testemunhas. O encontro especial contou com representantes do juizado, do Ministério Público, assistentes de acusação e defesa dos réus.
Depoimentos no STF
Na semana passada, prestaram depoimento os réus em uma ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o caso. O deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) elogiou Marielle, em que afirmou que ela tinha um "futuro brilhante" e afirmou que tinham boa relação. Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ), negou conhecer Ronnie Lessa. Os irmãos foram apontados pelo ex-PM como os mandantes do homicídio da vereadora. Eles negam as acusações.
Já o ex-chefe da Polícia Civil e delegado Rivaldo Barbosa a elogiou a atuação de Marielle Franco e afirmou que os dois tinham uma boa relação. Ele foi apontado por Ronnie Lessa como o responsável por proteger os mandantes, impedindo que as investigações chegassem até eles. O policial também nega as acusações.
O último depoimento da semana foi do PM Robson Calixto Fonseca, o Peixe, apontado, na denúncia, como responsável por determinar pagamentos a diversos construtores e loteadores, por meio de terceiros. Ele nega as acusações.