POLÍCIA

Quatro são detidos por desabamento de hotel na Argentina

Os pedreiros detidos fugiram momentos antes do desabamento ao ouvir o edifício ranger

Vista aérea do Hotel Dubrovnik após seu colapso na cidade litorânea de Villa Gesell, província de Buenos Aires - STRINGER / AFP

Quatro pessoas foram presas por "estrago culposo agravado" após o desabamento, nessa terça-feira (29), de um hotel em obras na cidade argentina de Villa Gesell, acidente que deixou um morto e pelo menos sete desaparecidos, informou, nesta quarta (30), o governo da província de Buenos Aires.

"Há quatro pessoas detidas sob a acusação de estrago culposo agravado (...): dois pedreiros, um assistente e outra pessoa relacionada à obra", disse Javier Alonso, ministro da Segurança local, à emissora Radio 10.

As autoridades estão à procura de sete pessoas, já identificadas, entre os escombros, embora temam que haja mais duas ou três desaparecidas.

Os pedreiros detidos fugiram momentos antes do desabamento ao ouvir o edifício ranger, enquanto os outros dois envolvidos foram ao hotel após a catástrofe, destacou o ministro.

O governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, chegou nesta quarta-feira ao local do desabamento e se reuniu com o Comitê de Crise.

Cerca de 300 socorristas estão trabalhando no local, incluindo três dos quatro grupos de resgate de elite que a Argentina possui.

De acordo com o código penal argentino, o estrago culposo pode ser punido com penas de até cinco anos de prisão, além dos agravantes.

O Apart Hotel Dubrovnik, fundado em 1986 e situado a pouco mais de 200 metros da praia, desabou por volta da 1h da manhã de terça-feira.

Três dos dez andares do complexo caíram sobre um edifício vizinho, matando um homem de mais de 80 anos e ferindo sua esposa, uma mulher de 79 que foi levada a um hospital.

Os socorristas trabalham com cães, drones, sonares, sondas com câmeras e microfones, além de uma grua para remover paredes, lajes e vigas.

A prefeitura de Villa Gesell informou que uma obra estava sendo realizada "de forma clandestina, sem cumprir com a legislação municipal" no hotel, e que o procedimento já havia sido interrompido em agosto.

A imprensa local divulgou um documento datado de 20 de agosto, no qual a prefeitura ordenava aos proprietários do hotel, após uma inspeção, que "paralisassem imediatamente" os trabalhos no prédio.