"Carol e o fim do mundo": o sentido da vida no apocalipse; leia a crítica
Série de animação para adultos está disponível na Netflix e é ótima sugestão para maratonar
Diante da notícia de que um asteroide em rota de colisão com a Terra, que faz a Ciência estimar em apenas sete meses o tempo de sobrevida da raça humana, o que você faria? Esse é o conflito da protagonista da série “Carol e o Fim do Mundo”, disponível na Netflix e ótima sugestão para maratonar.
Criada por Dan Guterman, mesmo criador da série de sucesso “Rick and Morty”, a produção apresenta Carol Kohl, uma mulher metódica e introvertida, na casa dos 40 anos, que se depara com a necessidade de encontrar sentido na vida após as consequências do iminente apocalipse que vai se abater sobre a humanidade.
O que é a vida?
A série de animação para adultos aborda o conflito existencial e a jornada de Carol, que precisa olhar para dentro de si e encontrar significado nos últimos dias de vida no planeta. Tímida, ela busca manter uma rotina estável em meio à loucura generalizada em um mundo repleto de pessoas dispostas a realizar tudo que não fizeram até então.
Com o caos instalado na cidade e o clima de carpe diem, esbórnia e hedonismo eclodindo em cada esquina, inclusive no seu ciclo familiar - sua irmã decide viajar pelo mundo e seus pais idosos aderem ao naturalismo e embarcam em um cruzeiro formando um trisal com o enfermeiro que cuidava do seu pai - o que Carol busca é estabilidade.
Ela acaba chegando a um prédio comercial vazio e descobre que nele funciona um escritório de contabilidade chamado "A Distração", para o qual ela é contratada compulsoriamente e passa a dedicar os esforços de seus dias em intermináveis horas extras com pilhas e pilhas de documentos para serem processados.
Se no início do novo trabalho ela sente um certo alívio por estabelecer uma rotina de bater ponto em um ambiente controlado, logo ela percebe que não sabe o objetivo do trabalho que está executando, o que a faz buscar estreitar laços com outros funcionários e se desafiar a superar sua falta de sociabilidade.
Conexões humanas
Em 10 episódios, a série aborda temas como a solidão e a busca por conexões humanas em meio ao caos e a proximidade da morte. Enquanto a maioria das pessoas se dedica a viajar o mundo, escalar montanhas, saltar de paraquedas, ou experimentar drogas e viver o amor livre, Carol deseja apenas manter simplicidades perdidas como economizar dinheiro para comer no Applebee's.
Apesar das diferenças entre os personagens de “Carol e o Fim do Mundo”, com as escolhas que cada um fez para viver seus últimos dias de vida, todos têm em comum o desejo de fazer o que gostam ao lado de pessoas estimadas. E o ambiente apocalíptico da série acaba contrastando com a mensagem que fica ao final de cada episódio: os aspectos positivos de ser humano enquanto houver existência.