CASO MARIELLE

Julgamento do caso Marielle: MP diz que não há possibilidade de acordo ou redução de pena

Expectativa da promotoria é que executores sejam condenados a pena máxima - 84 anos

Os assassinos confessos Elcio de Queiroz (D) e Ronnie Lessa (E) conversam com o tribunal por videoconferência durante o primeiro dia do julgamento público dos assassinos de Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes - Mauro Pimentel / AFP

O promotor do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Martins, destacou, durante coletiva de imprensa, nesta quarta-feira, que espera que os réus pelas mortes de Marielle e Anderson sejam condenados e peguem até 84 anos de prisão.

Vieira pontuou que não há expectativa sobre quanto tempo irá durar o julgamento.

— O Ministério Público está aqui hoje para fazer o julgamento dos executores, unicamente, e a nossa expectativa é de que eles saiam condenados por tudo aquilo que foi imputado na denúncia. Nós vamos pedir a condenação por todos os delitos que estão imputados na denúncia, com todas as suas circunstâncias, e nós esperamos que a pena seja compatível com esses crimes. A pena máxima prevista chega a 84 anos. O tempo de julgamento não depende de nós e nem do MP, depende do que as testemunhas vão falar no tempo que elas precisarem. Os réus também vão ter o tempo deles para falar — diz.

O promotor ainda apontou que não existe a possibilidade de um acordo sem condenação ou envolvendo redução de pena:

— A importância desse julgamento é que não existe colaboração, não existe acordo sem condenação, então nós precisamos garantir a condenação mesmo. Um acordo não prevê redução alguma de pena.

Indagado sobre a importância dos últimos depoimento, o promotor Fábio Vieira ressaltou que as declarações esclarecem apenas o que já havia sido levantado durante as investigações. No entanto, Vieira mencionou que alguns detalhes, antes desconhecidos pela imprensa e pela população, estão sendo revelados.

— Na verdade, os depoimentos que foram prestados hoje só esclarecem o que já existia durante a investigação. Os detalhes que muitas vezes ficaram afastados da imprensa e da população, hoje eles estão vindo à tona. Então isso só está confirmando o que a gente vinha observando na investigação e durante instrução no processo inteiro — conta.