Caso Marielle: Élcio diz que queria confessar crime, mas "desconfiava da Delegacia de Homicídios"
O ex-PM é réu confesso e dirigiu o carro usado na noite do crime e disse que não sabia que um homicídio ocorreria naquela noite
Réu confesso, o ex-PM Élcio de Queiroz começou seu depoimento no julgamento dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes um pouco depois das 22h . Ele reafirmou ao Tribunal do Juri que não sabia que seu comparsa Ronie Lessa, também réu confesso, iria executar a parlamentar naquela noite de 14 de março de 2018.
Queiroz foi o motorista do Cobalt prata usado no crime e afirma que só percebeu que seria um homicídio ao ver Lessa, o executor das mortes, tirar uma submetralhadora e um binóculo da bolsa. O ex-policial também afirmou querer confessar o crime desde que foi preso, em 2019.
Élcio foi o primeiro a fechar uma delação premiada sobre o crime, em 2023 e contou em seu depoimento nessa quarta-feira que chegou a conversar com Lessa sobre se entregar.
— Tentei falar com o Ronnie desde que fomos presos. Lá em Mossoró falei para nos entregarmos. Mas na época, não confiava na Delegacia de Homicídios para falar com eles — afirmou.
A desconfiança de Élcio, segundo outros depoimentos dele, era porque eles estavam sendo extorquidos por agentes da delegacia. Além dos irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou por ser autor intelectual do assassinato o ex-chefe da Divisão de Homicídios Rivaldo Barbosa. Eles serão julgados no Supremo Tribunal Federal (STF) devido Chiquinho ter foro privilegiado por ser deputado federal.
Surpresa pelo homicídio
Durante o interrogatório, Élcio contou que não sabia que iria participar de um assassinato. Segundo ele, durante toda a negociação para participar do "trabalho" proposto por Lessa, ele sabia que seria algo ilícito, mas não um homicídio.
— Quando nos encontramos e pegamos o Cobalt, eu já sabia que não era coisa boa — afirmou.
Durante o caminho até a Casa das Pretas, Élcio diz que Lessa comentou que eles iriam encontrar um "alvo" e mencionou que se tratava de uma vereadora.
— Só tive certeza de que seria um homicídio quando Lessa foi para o banco de trás. Enquanto eu ajustava o banco, ele retirou a submetralhadora, colocou o supressor de ruído e pegou o binóculo da bolsa. Nesse momento, já sabia que seria um homicídio.
No depoimento, Élcio Queiroz afirma que só percebeu que seria um homicídio ao ver Lessa tirar uma submetralhadora e um binóculo da bolsa.
Segundo ele, durante toda a negociação para participar do "trabalho" proposto por Lessa, ele sabia que seria algo ilícito, mas não um assassinato.
— Quando nos encontramos e pegamos o Cobalt, eu já sabia que não era coisa boa — afirmou.
Durante o caminho até a Casa das Pretas, Élcio diz que Lessa comentou que eles iriam encontrar um "alvo" e mencionou que se tratava de uma vereadora.
— Só tive certeza de que seria um homicídio quando Lessa foi para o banco de trás. Enquanto eu ajustava o banco, ele retirou a submetralhadora, colocou o supressor de ruído e pegou o binóculo da bolsa. Nesse momento, já sabia que seria um homicídio.
Élcio disse que "quase entrou em pânico" quando descobriu que Anderson também morreu no ataque.
— Não esperava jamais que outra pessoa teria sido baleada. O nosso carro estava muito próximo, uma distância de uma pessoa um do outro. Acredito que se o Lessa quisesse colocar a MP5 dentro do carro outro carro, dava. Fora que ele é um exímio atirador.