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"É difícil respirar": Gustavo Tubarão fala sobre crise de pânico que divulgou em suas redes sociais

Em entrevista ao Globo, influenciador conta sobre os sinais e como faz para se acalmar nos momentos ansioso

Gustavo Tubarão, influenciador digital - Reprodução / Instagram

O influenciador Gustavo Tubarão assustou seus seguidores ao compartilhar um vídeo sofrendo de uma crise de ansiedade e pânico. Ele estava na academia com o amigo Ayslan e com a namorada Jade quando começou a sentir os primeiros sintomas.

No vídeo publicado em suas redes sociais, Tubarão afirma que foi para uma salinha nos fundos da academia para sair da multidão. Neste momento, ele fala para o amigo: “Não me deixa morrer, não. Está difícil de respirar”.

Segundo o influenciador, fazia anos que ele não tinha uma crise tão severa quanto essa, e que a diferença é que ele sabia o que motivou o ataque: ficar sem atividade física. Tubarão realizou uma viagem recente e ficou 20 dias sem praticar exercícios físicos.

— Eu já conheço o meu corpo. Para mim, ficar sem os meus exercícios, que é quando eu consigo espairecer a cabeça, levar os problemas para longe, é um veneno — disse, em entrevista ao Globo.

 

O influenciador também lançou um livro chamado “O trem tá feio”, pela editora Citadel, em que ele fala sobre as crises de ansiedade, pânico e como ele se curou da depressão.

Confira a entrevista a seguir:

Quais foram os sintomas e os sinais que fizeram você seguir para a sala?
Eu sinto falta de ar, uma sensação de que tudo vai me fazer mal, que posso morrer por qualquer coisinha e isso já é o início da crise. Fico ansioso, com medo de que alguma coisa aconteça e eu não vou conseguir sair dessa situação. Meu batimento cardíaco também acelera e eu acabo "me afogando com o meu ar", é uma dificuldade muito grande de respirar. Então procuro um lugar mais calmo, mais vazio, pra tentar focar na minha respiração e ir acalmando aos poucos. Quando jogo o relógio no chão no vídeo, ali já estou com crise de pânico. Eu penso que se eu não tirar o relógio do pulso eu vou morrer. Não dá para explicar direito. É muito esquisito. Mas eu conheço o meu corpo. Eu viajei por 20 dias e fiquei sem praticar exercícios físicos. Para mim, ficar sem eles, que é quando eu consigo espairecer a cabeça e levar os problemas para longe, é um veneno.

 
 
 
 
 
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Uma publicação compartilhada por Gustavo Tubarão (@ogustavotubarao)

O que você faz quando esses pensamentos vêm à cabeça?
Primeiro eu tento me acalmar, coloco na minha mente que não vou morrer, que é só um pânico. É muito difícil fazer isso. Comecei a ter esse autocontrole faz um ano, mas não é sempre que a gente consegue segurar. Ali, naquele momento, principalmente, é muito difícil pensar em coisas positivas e fazer os exercícios de respiração, mas seria o certo a se fazer. E faço o que eu fiz: tento sair de perto de todo mundo, tento não conversar com ninguém para organizar a minha mente. Quando tem muita gente ao meu redor, tento me acalmar, saio, fico uns 15 minutinhos longe, depois volto. Tanto é que quando estou nesse estado, quando alguém vai conversar comigo, eu não consigo nem prestar atenção no que a pessoa fala.

A Jade, sua namorada, e o Ayslan, seu amigo, estavam juntos com você na hora da crise. Qual é a importância de ter pessoas conhecidas ao seu lado em momentos como esse?
É o que fez a diferença para conseguir me acalmar mais rápido, porque estava perto de pessoas que já entendem o que preciso, como elas precisam que agir para me passar segurança e acompanhar a situação do jeito certo pra mim. Então é muito importante ter pessoas que sabem como lidar nesse tipo de situação para não piorar aquilo e sim ajudar durante a crise. Antes, quando a minha mãe tentava me ajudar, eu via tristeza no olhar dela e o desespero dela, e parecia que eu olhava para ela e via o quanto ela estava preocupada, às vezes isso acabava piorando. Hoje, quem me acalma é minha namorada, ela também já teve crise e eu a ajudei.

No seu livro, você afirma que as crises de ansiedade se intensificaram com a fama, por quê?
Sou uma pessoa que não consigo parar de pensar, e eu canso demais porque eu escrevo meus roteiros, eu gravo meus vídeos, eu edito, eu também ajudo os meninos que gravam comigo. É o dia inteiro assim, e cansa muito mentalmente. Quando falam que influenciador não cansa, eu concordo. Fisicamente, realmente não cansa, mas a gente trabalha com a nossa mente e isso nos esgota demais. Tem muita pressão. São prazos de entrega, cobrança em cima de você. São um turbilhão de coisas. Se a pessoa vai entrar nesse meio achando que é fácil, não é fácil. Muitas coisas são boas, tem muito ponto positivo, mas o ponto mais negativo de todos é a questão da pressão psicológica que é muito séria, então se a pessoa vai entrar e pensar que vai ser um mar de rosas, não vai ser não.

Você acredita que para ser influenciador hoje precisa estar com a saúde mental em dia?
Quando comecei a gravar o vídeo, eu estava meio afundado na depressão. Gravar vídeos acabou virando uma terapia para mim. Mas para se manter na internet, depois da fama e do sucesso, aí sim precisa estar com a saúde mental em dia. A dica que eu deixo para quem está começando é essa, porque é uma virada de chave na vida da pessoa. Você descobre muita falsidade, sua própria família começa a te tratar diferente. Digo que a internet é uma roda gigante, com altos e baixos. Eu não estou generalizando todos, mas muitas pessoas ali são interesseiras, inventam mentiras para se dar bem, sair por cima. Então, para se manter, precisa estar bem da cabeça.