Bradesco aumenta oferta de crédito, reduz inadimplência e vê lucro chegar a R$ 5,2 bilhões
Crescimento foi de 13% na comparação anual; banco mostra tendência de recuperação da rentabilidade
O Bradesco, segundo maior banco privado do país, registrou lucro líquido de R$ 5,2 bilhões no terceiro trimestre, alta de 10,8% na comparação ao trimestre anterior e 13,1% no período de um ano. O banco superou a expectativa do mercado, que esperava lucro de R$ 5,1 bilhões.
— As receitas estão em alta, o risco de crédito controlado e a carteira de crédito cresce com equilíbrio em todos os segmentos, assim como melhora a inadimplência. Estamos indo passo a passo — disse o CEO do Bradesco, Marcelo Noronha,
As mudanças que sendo implementadas no banco desde a chegada de Marcelo Noronha à presidência do banco, no final do ano passado, começam a mostrar resultados e o Bradesco vem recuperando a rentabilidade, segundo analistas.
O banco foi uma das instituições financeiras que mais sofreu com a alta da inadimplência durante a pandemia, puxou o freio na concessão de crédito, e viu sua rentabilidade cair.
Entre as ações que vem sendo implementadas, o banco montou uma nova estrutura organizacional, trouxe um diretor de tecnologia de fora e reforçou a área de TI com novas contratações. Está investindo mais nos canais digitais e vem mirando com mais força o segmento de alta renda, para avançar mais nesse segmento. Segundo Noronha, o segmento private do banco vem ganhando mercado nos últimos anos.
O banco também tem buscado oferecer créditos mais seguros, com garantia, e, portanto de risco menor, embora o spread (ganho do banco) seja um pouco mais baixo. Noronha lembra que as pessoas físicas que tiveram problemas para pagar contas no passado não se recuperaram, mesmo com o emprego em alta. Por isso, disse o CEO, o banco ajustou os modelos de oferta de crédito.
Carteira de crédito cresce
A carteira de crédito expandida teve crescimento de 3,5% no trimestre e 7,6% na comparação com o mesmo trimestre de 2023. A carteira chegou a R$ 943,891 bilhões ao fim de setembro. O índice de inadimplência atingiu 4,2% no terceiro trimestre, caindo de 4,3% no segundo trimestre e 5,6% no terceiro trimestre do ano passado.
Na pessoa física, o índice ficou em 5,1%, caindo de 5,2% no segundo trimestre e de 6,6% no mesmo período do ano passado. Para grandes empresas, a inadimplência foi de 0,1%, caindo de 0,2% no trimestre anterior e de 0,6% na comparação anual. Já para as micro, pequenas e médias, ficou em 5,2%, caindo de 5,4% no período anterior e 7,2% na comparação anual.
Noronha comentou que a alta da taxa de juros desacelera a economia e cada setor tem que olhar em que medida isso afeta seu negócio. Mas ele se disse otimista, com o pé no chão. Ele afirmou que o crescimento do crédito deve continuar, mesmo que não seja no ritmo de 10%, mas ainda com alta robusta. Noronha pontuou que um cenário de stress maior é possível, e mesmo que as perspectivas se deteriorem, o banco está preparado para trabalhar em qualquer cenário — embora esse não seja o contexto esperado pelo Bradesco.
O retorno sobre patrimônio (ROE), indicador que mede a capacidade que uma empresa tem de gerar valor ao negócio e aos investidores com base nos recursos que a companhia possui, subiu para 11,3%, de 10,8% no segundo trimestre e 11% na comparação anual. A margem financeira líquida cresceu 6,8% no trimestre e atingiu R$ 8,5 bilhões.