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Unesco aponta recorde de crianças escolarizadas no mundo

A população de jovens escolarizados aumentou em 110 milhões entre 2015 e 2023, para 1,412 bilhão

Sede da Unesco, em Paris - Jacques Demarthon/AFP

O número de crianças que recebem educação no mundo hoje é maior do que nunca, mas o número de menores fora da escola continua estagnado, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (31) pela Unesco.

A população de jovens escolarizados aumentou em 110 milhões entre 2015 e 2023, para 1,412 bilhão disse a organização das Nações Unidas em seu relatório anual sobre educação no mundo, que foi apresentado em Fortaleza.

"Hoje há mais crianças do que nunca matriculadas e progredindo em sua educação", de acordo com o texto.

As taxas de conclusão escolar também cresceram desde 2015, ainda que lentamente: de 85% para 88% no ensino fundamental e de 53% para 59% no ensino médio.

Como resultado, há mais 40 milhões de jovens formados no ensino médio do que há oito anos.

Mas os esforços para inserir os excluídos do sistema nas salas de aula estagnaram, apontou o relatório.

Em todo o mundo, 251 milhões de crianças em idade escolar estão fora das escolas, uma queda de apenas 1% em relação a 2015.

Nos oito anos anteriores a essa data, a população fora da escola havia caído 14%.

As diferenças socioeconômicas influenciam fortemente a exclusão, segundo a organização da ONU para Educação, Ciência e Cultura.

Um terço das crianças e adolescentes dos países pobres está fora das salas de aula, e apenas 3% nos mais ricos.

"A exclusão é exacerbada por normas sociais e pobreza", sobretudo no Afeganistão e no Níger, indica o texto.

Pelo menos 1,4 milhão de meninas adolescentes no Afeganistão foram privadas do acesso à Ensino Médio desde que os talibãs voltaram ao poder em 2021, disse a Unesco em agosto.

O relatório de cerca de trinta páginas foi apresentado durante a Reunião Global sobre Educação da Unesco, que acontece durante dois dias em Fortaleza, no contexto da presidência brasileira do G20.

O evento "visa fomentar o diálogo multilateral (...), reconhecendo que a educação é um fator de igualdade social e um motor do desenvolvimento sustentável", segundo a organização.