VSR: vacina que protege bebês da bronquiolite chega à América Latina por meio da Opas
Distribuição e acesso ao imunizante serão facilitados para os países membros e territórios da região; Ministério da Saúde está avaliando incorporação ao SUS
A vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) ,chegará à América Latina por meio de um acordo entre a Pfizer, produtora do imunizante, e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Estima-se que o VSR seja responsável por 84% das hospitalizações por infecções do trato respiratório inferior em crianças com menos de 12 meses de idade. O vírus também é a principal causa de bronquiolite em bebês.
De acordo com informações divulgadas nesta quinta-feira pela farmacêutica, a distribuição e o acesso ao imunizante serão facilitados por meio do Fundo Rotativo da OPAS para Acesso a Vacinas, um programa com mais de 40 anos de existência, focado em garantir vacinas seguras e de qualidade a preços acessíveis para os países membros e territórios da OPAS em toda a região.
“Garantir o acesso equitativo a essa medida preventiva é uma prioridade de saúde pública e estamos comprometidos em trabalhar com governos e organizações multilaterais, como a OPAS, para integrar a vacinação contra o VSR como parte de seus programas de prevenção”, diz Sinan Atlig, Presidente Regional da Pfizer para a América Latina, em comunicado.
O imunizante já está disponível no Brasil para a proteção de bebês e indivíduos a partir dos 60 anos, mas apenas na rede privada e a dose pode custar R$ 1760.
Questionado sobre a oferta do imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS), o Ministério da Saúde informou ao GLOBO que "a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) está realizando as análises técnicas necessárias para avaliar a viabilidade da incorporação da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR)".
O vírus sincicial respiratório pode causar doenças graves, especialmente em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas. Na América Latina, o VSR é a principal causa de infecções respiratórias agudas em crianças com menos de 2 anos de idade, com taxas de hospitalização e mortalidade particularmente altas em bebês com menos de 6 meses de idade.
Pesquisas em vários países latino-americanos indicam que essa doença grave ocorre com frequência em bebês com problemas de saúde prévios, requerendo cuidados intensivos.
Além disso, o VSR representa uma séria ameaça para os adultos mais velhos, pois frequentemente causa infecções do trato respiratório inferior, como pneumonia, e resulta em taxas de hospitalização mais altas do que a gripe em alguns países.
Para gerar a proteção nas crianças, a vacina é aplicada nas grávidas, durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação.
Quando administrado durante a gestação, o imunizante aumenta a transferência de anticorpos protetores da mãe para o feto, proporcionando uma defesa eficaz desde o nascimento até os primeiros seis meses de vida, um período de vulnerabilidade para os bebês. Esses anticorpos maternos ajudam a fortalecer o sistema imunológico do recém-nascido, protegendo-o de infecções graves e reduzindo o risco de complicações.
Nos estudos clínicos publicados no periódico New England Journal of Medicine, a estratégia reduziu em 81,8% os casos de doença grave nos primeiros três meses de vida do bebê, e em 69,4% seis meses após o nascimento.