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Tour do Rio de ciclismo está de volta após nove anos e com prova para elite e amadores

Evento chancelado pela UCI começa nesta sexta-feira em Conservatória e está garantido no ano que vem com prova feminina

Tour do Rio: última edição do evento de elite do ciclismo mundial foi disputada em 2015 - Fernando Maia/Divulgação

Após nove anos, o Tour do Rio, a principal competição latino-americana de ciclismo, chancelada pela Union Cycliste Internationale (UCI) e pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), volta ao cenário esportivo do país.

E a sétima edição, que será realizada entre esta sexta-feira e domingo, em Conservatória (RJ), terá novidade: o evento para atletas profissionais se juntará de forma inédita ao Desafio Tour do Rio, para ciclistas amadores, e à Copinha Tour do Rio, para crianças de 2 a 14 anos.

Serão mais de 500 amadores, além dos cerca de 100 atletas da elite competindo no mesmo local. A premiação total será de 5 mil euros (cerca de R$ 31 mil).

"Estou muito feliz em poder levar a bicicleta para lugares com boas estradas como Conservatória, que desta vez será sede principal. E também de juntar os amadores aos atletas de elite, algo inédito em provas deste porte. Essa é uma maneira gostosa de estimular os ciclistas a pedalar cada vez mais. Não desistimos de apoiar o ciclismo", declara Maria Luisa Jucá, diretora geral da Conexão Marketing, realizadora do evento, que ressaltou que só foi possível retomá-lo graças ao patrocínio dos Correios.

"Esse hiato aconteceu porque após a Olimpíada do Rio, em 2016, não tivemos mais apoio. A cidade do Rio, que tinha 12 provas anuais que contavam para classificação no ranking nacional, além de ser a sede da partida e chegada do Tour do Rio, não apoia mais o ciclismo. O velódromo olímpico não é usado. E olha que o Brasil é o quinto mercado consumidor de bicicletas no mundo e 1/3 da população pedala", completou.

Luisa conta que apesar da dificuldade, o Tour do Rio está garantido para ano que vem e que o evento ganhará a primeira prova feminina, com a mesma pontuação da masculina, da América Latina.

Destaques internacionais

O Tour do Rio terá três etapas, em dias consecutivos, totalizando 444 km. Haverá campeão por etapa e, ao final, o campeão do individual geral, além da equipe vencedora. As serras do Vale do Café, com fortes subidas, fazem parte dos percursos longo (246km) e médio (158,5km). O Desafio Tour do Rio acontecerá amanhã e domingo.

Dentre as 17 equipes de elite, sete são internacionais, sendo uma do Japão e outra de Guam, uma ilha na Oceania, ambas pela primeira vez no Brasil.

A japonesa Shimano Rancing tem grandes nomes como Shotaro Iribe, campeão nacional do Japão, Yuki Ishihara, especialista em subidas, Daichi Tomiono, no contra-relógio, Hiryu Kayama, nas corridas de um dia, e Takumi Yamada, nas provas de estrada. E a EuroCyclingTrips - Yoeleo tem como estrela Thomas Payroton-Dartet, campeão paralímpico de Paris-2024.

Além disso, quatro equipes estão entre as quinze melhores das Américas, de acordo com o ranking da América Cup, da UCI. Incluindo o time de Oscar Sevilla, de 48 anos, o maior campeão no Rio (vencedor em 2013 e 2014). Ele é espanhol naturalizado colombiano e compete pelo Team Medellín - EPM, segundo colocado no ranking das Américas.

Oscar Sevilla, no pódio de etapa do Tour do Rio: espanhol naturalizado colombiano tem dois títulos do individual geral do Tour do Rio - Foto: Fernando Maia/Divulgação

"Meu objetivo é tentar ganhar pela terceira vez o Tour do Rio, uma prova muito importante em âmbito mundial", disse Sevilla, sem constrangimento.

Entre as equipes brasileiras, destaque para a Taubaté Cycling Team, cujo nome forte é Cristian Egídio, de 37 anos, segundo colocado em duas etapas do Tour do Rio (2010 e 2013). E a Swift Carbon, décima no ranking da América Tour, única equipe intercontinental do Brasil.

Swift Carbon treina para o Tour do Rio 2024: equipe é a única do país que compete internacionalmente - Foto: Divulgação

A Swift terá em seu time o atleta Lauro Chaman, vice-campeão mundial de contra-relógio paralímpico e tricampeão brasileiro de contra-relógio convencional. Nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, ele foi campeão nos 4.000m perseguição e medalhista de prata no contra-relógio e na estrada (C5 e C4). Na Paralimpíada de Paris-2024, foi quarto lugar no contra-relógio.

A Swift contará ainda com Alessandro Guimarães, bronze no Campeonato Brasileiro de Estrada, João Pedro Rossi, vice-campeão brasileiro de contra-relógio e campeão geral da Volta Ciclística de Goiás, José Manuel Aramayo, campeão nacional de estrada e contra-relógio da Bolívia, e Otávio Gonzeli, campeão pan-americano sub-23 e campeão nacional da Omnium.

"O nível da competição está muito alto, com as duas melhores equipes da Colômbia, um país com grade tradição no ciclismo. São as favoritas. Mas, nos preparamos na altitude na Bolívia para encarar as montanhas de Conservatória e vencer ao menos uma etapa e terminar entre os cinco no geral", avalia Marcelo Donnabella, diretor esportivo da Swift.

Ele se refere ao Team Medellín e ao Nu Colômbia, que conta com um dos favoritos: Rodrigo Contreras, especialista em contra-relógio e campeão da Volta da Colombia.

A Nu Colombia ocupa a sexta posição no ranking das Américas e 83ª posição no ranking mundial. Vestem a camisa da equipe o veterano Sergio Henao, vencedor da Paris-Nice, Cristian Muñoz, escalador talentoso, Oscar Quiroz, conhecido por suas chegadas rápidas, e Daniel Mendez, jovem e versátil.

Em seis edições realizadas até aqui, o Brasil tem apenas um título do individual geral, de Kléber Ramos, em 2012 (soma de todas as etapas).

Percurso 2024:

1ª etapa: Conservatória/Valença/Barra do Piraí/Ipiabas/Conservatória – 141,2km

2ª etapa: Conservatória/Santa Izabel/Parapeuna/Pentagna/Valença/Barra do Piraí/Conservatória – 151,2km

3ª etapa: Conservatória/Barra do Piraí/Valença/Pentagna/Parapeuna/Santa Izabel/Conservatória – 151,7km