Violência

Integrante da Mancha Alviverde é preso suspeito de morte de torcedor do Cruzeiro

O suspeito foi conduzido à Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), onde irá prestar depoimento e seguirá detido

Briga de torcedores deixa um morto e 20 feridos em São Paulo - X/reprodução/vídeo

A Polícia Civil de São Paulo prendeu um integrante da Mancha Alviverde suspeito pela emboscada a torcedores do Cruzeiro no último domingo, na rodovia Fernão Dias. O caso terminou com a morte de um integrante da Máfia Azul e cerca de 17 feridos.

O homem preso nesta sexta-feira não está entre os seis já identificados por envolvimento na ação, incluindo presidente e vice da organizada de torcedores do Palmeiras, Jorge Luís Sampaio e Felipe Matos dos Santos, respectivamente.

O suspeito foi conduzido à Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (Drade), onde irá prestar depoimento e seguirá detido.

Mais cedo, nesta sexta-feira, policiais civis e agentes do Departamento de Operações Estratégicas (Dope), além de promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) cumpriram mandados de prisão e de busca e apreensão contra membros da Mancha Alviverde.



Foram apreendidos bandeiras, camisetas e outros adereços, além de um carro. Ainda são procurados outros dois veículos identificados na cena do crime, aparelhos celulares, computadores, roupas e armas. Junto do suspeito preso à tarde, foi encontrada uma barra de ferro.

A Justiça expediu na tarde de quarta-feira seis mandados de prisão, mas ninguém foi encontrado até o momento. Os policiais também fizeram buscas e apreensões em outros noves endereços na capital paulista, em Taboão da Serra e em São José dos Campos.

Os pedidos de prisão foram feitos após a identificação de envolvidos por meio de imagens gravadas pelos próprios palmeirenses e por câmeras da Guarda Civil de Mairiporã. A Polícia cruzou as imagens com informações do banco de dados da Drade, que coordena a investigação do caso.

O pai de Jorge Luís Sampaio, Balbino Santos, foi à sede da Drade levado pelos policiais. Na saída da delegacia, ele afirmou que o filho é inocente e disse ter tentado, desde o início, evitar que Jorge integrasse a torcida organizada.

"Estão querendo incriminar ele por algo que não deve. Por ser presidente da Mancha, estão querendo jogar nas costas dele um crime que não cometeu. Isso, para mim, não é justiça", afirmou, emocionado. Balbino também disse que, se soubesse onde o filho estava, o entregaria à Polícia.

Segundo o advogado Gilberto Quintanilha, que representa o presidente da Mancha Alviverde, ele ainda não teve acesso ao inquérito. Até que isso não seja resolvido, o suspeito não irá se entregar à Polícia.

A emboscada, em 27 de outubro, terminou com a morte de José Victor Miranda, de 30 anos. Ele integrava um grupo da Máfia Azul, organizada do Cruzeiro, de Sete Lagoas (MG).

Miranda chegou a ser internado no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã, em estado gravíssimo em decorrência de ferimentos de queimaduras e não resistiu. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atendeu a ocorrência no dia, foi ateado fogo em um dos ônibus dos cruzeirenses.

Ao todo, foram contabilizados 17 feridos. Dois torcedores do Cruzeiro continuam internados. Um deles, no Hospital Anjo Gabriel, em Mairiporã. Ele tem quadro estável e aguarda por cirurgia na Santa Casa de São Paulo. Ainda há um paciente na unidade estadual, em estado grave.

O caso é entendido como uma "cobrança" dos palmeirenses por uma ação de torcedores do Cruzeiro contra integrantes da Mancha Alvi Verde em 2022, também na Fernão Dias.

Na época, Jorge Luís Sampaio Santos teve sua carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados dos rivais durante o confronto, além de ter sido espancado e ter vídeos expostos nas redes sociais. A confusão terminou com quatro torcedores feridos a tiros.

A Mancha Alvi Verde negou envolvimento no crime, mas está proibida de entrar em estádios de São Paulo desde a última quarta-feira.

A Federação Paulista de Futebol (FPF) acatou a recomendação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).