Líder supremo do Irã promete "resposta devastadora" a ataques de Israel e aliados
Chefe de gabinete do líder supremo iraniano, Mohammad Mohammadi Golpayegani disse que Estado judeu 'se arrependerá' de ter realizado a ofensiva
O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometeu neste sábado responder aos ataques de Israel e seu aliado, os Estados Unidos, contra Teerã e grupos que ele apoia na região.
— Os inimigos, tanto os EUA quanto o regime sionista, devem saber que eles definitivamente receberão uma resposta devastadora ao que estão fazendo contra o Irã, a nação iraniana e a frente de resistência — disse Khamenei durante um encontro estudantil em Teerã, referindo-se à aliança de grupos apoiados pelos iranianos, que incluem os houthis do Iêmen, o Hezbollah libanês e o Hamas palestino.
A declaração de Khamenei ocorre no momento em que Washington anunciou a implantação de ativos militares adicionais no Oriente Médio, incluindo destróieres de defesa de mísseis balísticos e bombardeiros B-52 de longo alcance, como num aviso ao Irã enquanto o país e Israel trocam ataques retaliatórios.
Enquanto isso, o Hezbollah disse ter lançado foguetes em uma base de inteligência israelense perto de Tel Aviv nas primeiras horas de sábado.
O Hezbollah e Israel trocaram tiros transfronteiriços por quase um ano após o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 a Israel desencadear a guerra de Gaza, antes de Israel intensificar o conflito em 23 de setembro. O Exército israelense disse neste sábado que as sirenes foram ativadas após a chegada de "alvos aéreos suspeitos" do Líbano.
O Irã afirmou que dará uma resposta “implacável” ao bombardeio israelense ocorrido na madrugada do último sábado (noite de sexta-feira em Brasília) contra suas instalações militares, e que Israel “se arrependerá” desse ataque, informaram os meios de comunicação iranianos na quinta-feira. O Estado judeu, por sua vez, está em “alto nível de prontidão” para a possível ofensiva iraniana, relatou uma fonte militar israelense à rede americana CNN, acrescentando que Teerã teve suas capacidades de ataque e defesa prejudicadas. A mesma fonte disse que Israel ainda avalia “o processo de tomada de decisão no Irã” para determinar se e quando ocorrerá uma retaliação.
— A recente ação do regime sionista, que atacou partes do nosso país, foi um ato desesperado, e a República Islâmica do Irã responderá de maneira implacável, de forma que fará Israel se arrepender — disse Mohammad Mohammadi Golpayegani, chefe do gabinete do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei.
O alto conselheiro elogiou a defesa antiaérea iraniana por ter “impedido a entrada de aviões de combate do regime sionista no território” e assegurou que os danos causados pelo bombardeio foram “mínimos”. Segundo a imprensa israelense, mais de 100 aeronaves foram usadas no ataque, que teve duas ondas. Foi a primeira vez desde a Guerra Irã-Iraque, entre 1980 e 1988, que uma força aérea estrangeira bombardeou o território iraniano.
Naquele dia, o Exército israelense admitiu publicamente pela primeira vez ter atacado alvos militares em território iraniano, uma operação apresentada como retaliação aos disparos de cerca de 200 mísseis do Irã contra Israel no dia 1º de outubro. Teerã, por sua vez, disse que sua ofensiva já era uma retaliação pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, e de um comandante iraniano.
Israel declarou que seus bombardeios foram direcionados principalmente contra instalações de fabricação de mísseis iranianos. Teerã, por outro lado, minimizou a gravidade dos danos. O Exército iraniano relatou a morte de quatro militares e danos nos sistemas de radar no ataque, que a imprensa local classificou como “fraco”. A mídia local também relatou a morte de um civil.
Após os bombardeios de 26 de outubro, Israel advertiu o Irã que responderia a qualquer represália. O Irã, por sua vez, que declara não buscar a guerra, prometeu responder. O general Hosein Salami, chefe da Guarda Revolucionária, a milícia ideológica da República Islâmica, alertou igualmente Israel, na quinta-feira, sobre uma resposta “inimaginável”. Citado pela agência de notícias Tasnim, ele afirmou que o Estado judeu “chegou ao nível de colapso e agora age às cegas, sem respeitar nenhuma regra, cometendo todo o tipo de crime”. (Com AFP)