Câmara dos Deputados

PSDB, PSB e PDT recuam de apoio a Elmar e devem fechar aliança com Motta na sucessão da Câmara

Motta consolidou maior bloco de apoios da Casa e também tem encaminhado o apoio do partido de Elmar

O deputado federal Hugo Motta (Republicanos - PB) - Mário Agra / Câmara dos Deputados

As bancadas do PSDB, PSB e PDT da Câmara vão se reunir amanhã para decidir a posição na disputa pelo comando da Casa. Os três partidos haviam sinalizado que apoiariam a candidatura de Elmar Nascimento (União-BA), mas pretendem recuar da decisão e embarcar na aliança com Hugo Motta (Republicanos-PB), que já possui o apoio dos principais partidos da Casa.

De acordo com integrantes do PSB e do PDT, a ideia é que as duas legendas façam juntas o anúncio de apoio ao candidato do Republicanos. Já o PSDB vai anunciar o mesmo entendimento, mas em um evento separado. Os três partidos possuem juntos 44 deputados.

Apesar de terem fechado um compromisso com Elmar, as três siglas entendem agora que o deputado não se manterá como candidato na disputa devido ao favoritismo de Motta. O União Brasil também deve se reunir amanhã e sacramentar a desistência de Elmar.

Além disso, o PSD, que tem Antonio Brito como candidato, também se reunirá para decidir se mantém ou não a candidatura dele. Há uma pressão de deputados da legenda para também embarcarem no grupo de Motta.

Por sua vez, o PSOL é outra sigla a se reunir amanhã e deve apresentar um candidato próprio para concorrer contra o líder do Republicanos.

Motta é o candidato apoiado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e já tem oficialmente os apoios do PL, PT, PCdoB, PV, Republicanos, MDB e Podemos. Juntas, as legendas têm 326 deputados, mais do que o suficiente para vencer a disputa na Casa no primeiro se forem desconsideradas traições.

Diante desse cenário de favoritismo, integrantes do União Brasil agiram para convencer Elmar a desistir da disputa e o partido passou a negociar espaços na Casa com Lira e Motta.

Para abrir mão da candidatura, Elmar deve ser escolhido para comandar a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O União também quer a relatoria do orçamento e ter a terceira pedida da Mesa Diretora da Câmara, que deve ser a segunda vice-presidência.