Ministério da Saúde de Gaza relata bombardeio israelense contra hospital no norte
O Exército israelense, por sua vez, afirmou que está "verificando" os relatos
O Ministério da Saúde de Gaza, território palestino governado pelo Hamas, informou nesta segunda-feira (4) que as forças israelenses estão bombardeando o último hospital que estava parcialmente operacional no norte da Faixa, uma área onde Israel lançou intensas operações no último mês.
"Neste momento, as forças de ocupação continuam bombardeando e destruindo violentamente o hospital Kamal Adwan", disse o Ministério, referindo-se a esse centro médico da cidade de Beit Lahia.
O diretor do hospital, Hosam Abu Safieh, declarou em um comunicado que a situação é "catastrófica" e que o Exército não entrou em contato com o estabelecimento "antes de atacá-lo diretamente".
"Há vários membros da nossa equipe que foram feridos e não podemos abandonar o hospital", disse o profissional, acrescentando que não entende "o propósito desse bombardeio que tem como alvo o hospital".
O Exército israelense, por sua vez, afirmou que está "verificando" os relatos.
Israel lançou uma intensa campanha militar em 6 de outubro no norte da Faixa de Gaza, onde diz que o movimento islamista Hamas reagrupou seus contingentes.
O porta-voz da agência de defesa civil de Gaza, Mahmoud Basal, indicou nesta segunda-feira que 1.300 pessoas morreram na operação militar e que o norte do território sofre "um grave bloqueio de medicamentos, água e alimentos".
"As equipes médicas, as equipes de defesa civil e os hospitais da região norte estão fora de serviço pelo 13º dia consecutivo", disse em um comunicado.
A AFP não pôde verificar de forma independente esses números e o Exército israelense não emitiu nenhum balanço, limitando-se a informar sobre a morte de "dezenas de terroristas" durante a operação.
A guerra entre Israel e Hamas em Gaza teve início depois que milicianos islamistas lançaram o ataque sem precedentes de 7 de outubro de 2023 no sul do território israelense.
Neste ataque morreram 1.206 pessoas, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses, incluindo os reféns mortos em cativeiro.
Em represália, Israel iniciou uma ofensiva em Gaza que resultou até agora em 43.374 mortos, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados confiáveis pela ONU.