Bruno Henrique, Paquetá e Luís Henrique: veja lista de craques investigados por manipulação de jogos
Jogador do Flamengo é alvo da Operação Spot-fixing nesta terça-feira (5)
O atacante do Flamengo Bruno Henrique é alvo da Operação Spot-fixing da Polícia Federal (PF), com o apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), nesta terça-feira, para apurar possível manipulação do Campeonato Brasileiro de 2023. Um dos endereços é o Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, em Vargem Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O jogador teria forçado cartão amarelo para beneficiar amigos e parentes em apostas. A partida suspeita em que o jogador teria tomado cartão aconteceu em 1 de novembro de 2023, contra o Santos, que terminou em 2 a 1 para a equipe paulista.
Nos cinco minutos de acréscimo do segundo tempo da partida, segundo a súmula da partida, Bruno Henrique levou primeiro um cartão amarelo por acertar um adversário na disputa da bola e, logo na sequência, recebeu o cartão vermelho por ofender o árbitro. Segundo a CNN, sabendo que o jogador provocaria ao menos um dos cartões, seu irmão, cunhada e prima criaram, na véspera da partida, contas em casas de aposta virtual e realizaram palpites.
Caso Paquetá
Lucas Paquetá, que também tem passagem pelo Flamengo, foi denunciado por suspeita de envolvimento com esquema de apostas esportivas em jogos da Premier League. O brasileiro enfrenta uma investigação da Federação Inglesa (FA) por suposto envolvimento em casos de apostas. Ele foi convocado para depor na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no dia 29 de outubro.
No fim de maio, Paquetá foi acusado de receber o cartão amarelo de forma deliberada em jogos da Premier League para que colegas lucrassem com apostas — e os desdobramentos dessa investigação podem levar ao banimento do jogador a nível mundial.
Os jogos investigados pela FA para motivar as acusações foram contra o Leicester City, em 12 de novembro de 2022, contra o Aston Villa, em 12 de março de 2023, contra o Leeds United, em 21 de maio de 2023, e contra o Bournemouth, em 12 de agosto de 2023.
De acordo com o jornal britânico The Sun, todas teriam sido feitas a partir da Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, onde o meia nasceu. Uma das apostas de que o jogador tomaria cartão amarelo numa das partidas investigadas foi no valor de apenas 7 libras (R$ 46, na cotação atual). A mais alta delas foi de 400 libras (R$ 2,6 mil). Como o atleta, de fato, recebeu o cartão amarelo, os ganhos dos apostadores chegaram a 100 mil libras (quase R$ 670 mil).
Ainda segundo o jornal, a FA quer que Lucas Paquetá seja "banido para sempre" se for considerado culpado das acusações. O The Sun aponta que, em casos semelhantes, o zagueiro Kynan Isaac, do Stratford Town, foi suspenso por dez anos, e Bradley Wood, do Lincoln City, foi afastado por seis temporadas após receberem cartões amarelos propositais.
Na época da acusação, o meio-campista usou as redes sociais para se dizer inocente e que cooperava com as investigações.
"Estou extremamente surpreso e chateado com o fato de a FA ter decidido me acusar. Cooperei com todas as etapas da investigação e forneci todas as informações que pude durante estes nove meses. Nego as acusações na íntegra e lutarei com todas as minhas forças para limpar meu nome. Devido ao processo em andamento, não fornecerei mais comentários", postou o jogador.
Luiz Henrique
O governo espanhol abriu uma investigação para averiguar o envolvimento do atacante Luiz Henrique, hoje no Botafogo, numa "organização criminosa dedicada à manipulação de resultados nas apostas desportivas". O Ministério da Justiça do país informou a instauração do procedimento em ofício enviado ao Ministério Público de Goiás (MP-GO). A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo.
Foi o MP-GO que, em 2023, encaminhou às autoridades espanholas informações sobre uma suposta ligação entre Luiz Henrique e o empresário Bruno Lopez de Moura. Este é apontado como chefe de uma quadrilha de manipulação de jogos. Suas atividades motivaram a criação da Operação Penalidade Máxima, responsável por denunciar 14 jogadores de futebol e apostadores.
No ofício, o Ministério da Justiça afirma que as informações encaminhadas motivaram a abertura da investigação sobre Luiz Henrique. As suspeitas do envolvimento do brasileiro, contudo, já haviam vindo a público no ano passado. Uma investigação da Sportsradar, empresa que monitora movimentações suspeitas, apontou um volume incomum de apostas em cartões amarelos recebidos pelo atacante e por Lucas Paquetá. Na ocasião, o atacante jogava no Betis, da Espanha. Já o meia defendia o West Ham, da Inglaterra, ao qual segue ligado.
Apesar das suspeitas, nem a La Liga e nem a Federação Espanhola de Futebol abriram uma investigação sobre o caso envolvendo Luiz Henrique. Pouco aproveitado no Betis e com dificuldade de adaptação na Espanha, ele se transferiu para o Botafogo em janeiro. Hoje, é um dos principais jogadores do clube carioca. Suas atuações o levaram para a seleção brasileira.