Gustavo Borges diz que brasileiros precisam intensificar "cultura do esporte" nas crianças
Ex-atleta participou terceira edição da Conferência de Líderes, promovida pela Moura Dubeux
Presente no Recife Expo Center, durante a terceira edição da Conferência de Líderes, promovida pela Moura Dubeux, na última terça (5), o ex-nadador olímpico, Gustavo Borges, ressaltou a importância de pais e familiares incentivarem as crianças no que chamou de “cultura do esporte” no Brasil. “Se você não gosta de praticar exercício, como vai incentivar alguém?”
“Uma pesquisa em 2018 apontou que o Brasil é o quinto país mais sedentário do mundo. A população brasileiro não gosta de fazer atividade física. E se você não gosta de fazer, como vai incentivar seu filho? Se eles não têm os pais praticando caminhada ou qualquer exercício, isso acaba fazendo a pessoa crescer sedentária também. Essa é uma questão que não é só do Governo Federal, mas sim dos pais e mães. É preciso investir na cultura do esporte para sair do sedentarismo. Com isso, teremos mais volume de atletas”, afirmou.
Palestra
No evento, Gustavo, que tem no currículo quatro medalhas olímpicas, sendo duas de bronze (Atlanta 1996 e Sydney 2000) e duas de prata (Barcelona 1992 e Atlanta 1996), deu uma palestra abordando a importância da superação e da performance pessoal para atletas e na vida empresarial.
“Quando você tem um atleta de alto rendimento, ele precisa entender a jornada da performance, como evoluir a cada dia em relação ao próprio resultado. Quando você treina, precisa de preparação e disciplina, além de muito treino. Aí entra resiliência e superação para passar pelos obstáculos, conquistando os resultados. Atletas de alto rendimento, assim como gestores e donos de empresas, precisam ter isso no DNA para seguir em frente”, declarou.
Borges também saiu em defesa da equipe brasileira de natação que, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, ficou sem uma medalha sequer.
“A gente não teve medalha, mas tivemos as meninas despontando nos resultados. Precisamos de mais volume de pessoas treinando. E isso não é uma questão de investimento porque temos atletas com bons salários aqui. Precisamos de mais volume de atletas. Em 2016, tivemos muito investimento, mas não teve medalha. Aí alguns podem olhar e achar que foi ruim, mas acho que não. Acredito que falta mais volume de pessoas, saindo do ‘talento esporádico’ e tendo mais opções”, declarou.
“Sofrer rápido”
Quem não esteve em Paris foi Luiz Gustavo, filho de Gustavo Borges. O nadador não obteve índice olímpico por conta de nove centésimos. “Ele estava sofrendo e eu falei para ele sofrer rápido. Ele fez tudo que poderia para trazer o resultado. Foi um baque, um momento duro. Quando você tem uma montanha, você quer chegar ao cume dela, mas se você não consegue, vai ter um próximo objetivo. O atleta vê a Olimpíada e a medalha como um ponto final da carreira. Mas, se você não tiver uma próxima jornada, você está perdido em termos de perspectiva. Disse a ele para ir para cima, ver o próximo (objetivo), que não vai ser logo a Olimpíada. Agora é trabalhar, desenvolver e superar rapidamente para usar essa energia para fazer outras coisas”, pontuou.