HOSTILIZADO

Bruno Henrique é chamado de 'bandido' e atingido por copo; Filipe Luís pede respeito

Na vitória do Flamengo contra o Cruzeiro, no Independência, em Belo Horizonte, o atacante foi alvo de copos jogados por torcedores cruzeirenses

Bruno Henrique saindo de campo no jogo contra o Cruzeiro - Reprodução/Internet

Bruno Henrique foi xingado no primeiro jogo após ter sido alvo de uma operação da Polícia Federal e do Ministério Público que o investiga como suspeito de participar em esquema de aposta.

Na vitória do Flamengo por 1x0 contra o Cruzeiro, no Independência, em Belo Horizonte, o atacante foi alvo de copos jogados por torcedores cruzeirenses enquanto era substituído. Um coro que gritava "bandido" o acompanhou na saída do gramado. O jogador ainda não se manifestou sobre o caso.

Apesar da operação realizada na terça-feira em endereços ligados ao jogador, o Flamengo garantiu que não o afastaria dos treinos e dos jogos. O clube disse que acompanha as investigações e vai contribuir se necessário, além de se colocar à disposição do atleta. Na última noite, Bruno Henrique foi titular e capitão do time.

Aos 34 minutos do segundo tempo, o Flamengo já vencia por 1 a 0, quando o técnico Filipe Luís substituiu o atacante por Lorran. Bruno Henrique tentou deixar o campo pelo lado oposto aos bancos de reservas. Torcedores cruzeirenses arremessaram copos em direção ao atleta. Um deles chegou a atingi-lo e foi recolhido pelo árbitro Gustavo Ervino Bauermann.

O flamenguista se dirigiu ao outro lado do campo e, quando saía, ouviu a torcida do cruzeiro entoar um coro que o chamava de "bandido". Bauermann relatou a situação do copo em súmula. Aos 32 minutos, o próprio árbitro havia sido atingido por um copo vindo da torcida do Cruzeiro.

Ao fim da partida, o zagueiro David Luiz comentou a situação de Bruno Henrique.

"O Bruno tem qualidade e não tem que colocar em causa em nenhum momento a qualidade que ele tem. Ele soube gerir da melhor maneira possível, com experiência, e nos ajudou bastante", disse o flamenguista à transmissão do canal Premiere

Na entrevista coletiva, o técnico Filipe Luis também comentou o caso.

"Falei com Bruno. Assim que acordei e fiquei sabendo da notícia, consegui contatar ele, que estava muito tranquilo, bem, sereno, porque ele sabe que é inocente. É até um pedido para que se respeite a presunção de inocência, porque é um dano à imagem dele. Depois pode ser que se arquive novamente esse caso, que já foi arquivado (no STJD). E vai ser um dano irreparável na imagem dele. Vamos esperar resolver esse processo. O Flamengo tem interesse em resolver mais do que ninguém. E a gente tem plena confiança no Bruno Henrique", disse o treinador.

O arquivamento que o técnico menciona foi feito pelo STJD, por entender que não haveria motivo para punição desportiva a Bruno Henrique. Agora, a investigação se dá pela PF. Segundo o órgão, o jogador e demais envolvidos podem responder por crime contra a incerteza do resultado esportivo, que encontra a conduta tipificada na Lei Geral do Esporte, com pena de dois a seis anos de reclusão.

O jogo investigado é uma partida contra o Santos ocorrida em novembro de 2023, pelo Brasileirão. Ele levou amarelo aos 50 minutos do segundo tempo por falta em Soteldo, na época no Santos. Em seguida, reclamou com o árbitro Rafael Rodrigo Klein, levou o segundo amarelo, seguido de um vermelho. O time paulista venceu por 2x1.

A operação da PF tomou como base um relatório da Associação Internacional de Integridade de Apostas (Ibia, na sigla em inglês) e Sportradar, que fazem análise de risco. O documento foi feito a partir de três bets, ao notarem movimentações suspeitas envolvendo apostas para que Bruno Henrique recebesse cartão amarelo.