Desabafo

Mulher de Silvio de Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos, posta desabafo em rede social

Ednéia Carvalho lamentou que "pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais"

A mulher do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, Ednéia Carvalho publicou um pequeno desabafo nas redes - Reprodução/Internet

A mulher do ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, Ednéia Carvalho, publicou em suas redes sociais alguns registros recentes dos dois ao lado da filha.

No post, na sua conta no Instagram, ela afirma que a família dela é seu "bem mais precioso" e contou que visitou amigos, levou a mãe para conhecer o Rio e a filha para conhecer o mar, na "primeira viagem a passeio em família".

Em seguida, porém, ela lembra do momento turbulento pelo qual a família passou, após Silvio ter sido acusado por outra ministra, Anielle Franco (Igualdade Racial), de assédio sexual.

"Esses últimos dois meses não tem sido fáceis, conviver com a injustiça, tirarem a sua paz é algo que nem sei explicar. [...] Fala-se tanto em pautas feministas, mas esse mesmo feminismo não me acolheu, nunca vou esquecer das vezes que tive que amamentar a minha filha em meio a uma tristeza profunda", publicou Ednéia. Ela prossegue a publicação em tom de desabafo lamentando que "pautas sérias estejam sendo banalizadas por interesses pessoais".

Apesar, desses problemas, ela afirma que segue "cuidando da família", Anesu, e que, "por ela", eles farão "de tudo para garantir a sua felicidade e a sua segurança".

"Sou do tipo que procuro ver o lado bom em tudo e confesso que estou feliz por estar na minha casa (SP) BSB não me fez bem, sentirei falta das boas amizades que lá fizemos, mais nada, mas essas mesmas amizades levaremos para a vida toda, onde quer que estejamos [...] muito amor por vcs e gratidão pela acolhida", afirmou.

Ednéia também aproveitou para agradecer a família e amigos "no meio desse furacão", mas afirma que, em meio a esse processo, teve "decepções", afirmando que "teve quem pulou do barco, teve quem soltou a nossa mão, mas uma minoria que chega a ser irrelevante tamanha foi a rede de apoio".

"Meu amor, eu só posso agradecer por tudo o que vem fazendo por mim em todos estes anos. Só nós sabemos o tamanho dos desafios que enfrentamos e como nada para nós foi fácil. A dor da injustiça e da calúnia jamais irá superar o compromisso que temos um com o outro e também com nossa menina. Você observou bem: no meio deste lamaçal descobrimos os verdadeiros amigos e recebemos muitos apoios, de pessoas que eu nunca vou esquecer", comentou o próprio Silvio na publicação.

Afastado do cargo
Almeida foi demitido no dia 6 após a ONG Me Too Brasil afirmar ter recebido denúncias contra o então integrante do governo. Anielle foi uma das vítimas e relatou o episódio a integrantes do governo, inicialmente.

Pessoas a par da investigação afirmam, no entanto, que a ministra não foi questionada, no depoimento dado em outubro, sobre ter avisado membros do governo antes de as denúncias virem à tona — o caso foi revelado pelo portal Metrópoles.

As perguntas giraram em torno dos supostos episódios de importunação, iniciada, segundo a ministra, ainda em 2022, antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Anielle e Almeida participaram da transição.

Quando o caso foi revelado, Silvio Almeida disse que pediu ao presidente para ser demitido “a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência”. O ex-ministro destacou que a investigação seria "uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua”.

A cúpula da PF vê o caso de Silvio Almeida como uma oportunidade para estabelecer um padrão para futuras apurações de episódios de assédio, importunação ou abuso sexual.

O Código de Processo Penal autoriza o juiz a ordenar a produção antecipada de provas antes do início da ação penal caso haja temor fundamentado de, no futuro, ser muito difícil a verificação dos fatos. A PF quer trazer o entendimento para casos de abuso, alegando a necessidade de proteger as vítimas. O protocolo para as depoentes também pode servir como incentivo para que mulheres decidam procurar as autoridades.