Fitch: reeleição de Trump pode pesar em ratings de emergentes e de parceiros comerciais dos EUA
O refinanciamento da dívida em dólares também pode se tornaria mais desafiador
A reeleição de Donald Trump como presidente dos EUA, apoiada pela provável maioria republicana no Senado e na Câmara, terá ramificações para muitas avaliações de crédito, a depender das novas políticas de comércio, imigração, risco geopolítico e do desempenho fiscal do país, afirma a Fitch Ratings.
A expectativa de tarifas mais altas se transmite à inflação dos EUA e acarretaria em um dólar mais forte, avalia a Fitch, ao pontuar que maiores rendimentos de títulos dos EUA e um dólar americano mais forte aumentariam os custos de empréstimos em dólares americanos.
O refinanciamento da dívida em dólares também pode se tornaria mais desafiador, o que pode pesar em perfis de crédito soberano de mercados emergentes.
Dentre os impactos para outras nações, a próxima administração dos EUA pode exigir maiores contribuições de aliados para a segurança global.
Com isso, parceiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Europa, bem como a Coreia do Sul e Taiwan na Ásia, podem enfrentar pressão para aumentar os gastos com defesa. Isso, por sua vez, complicaria ainda mais os esforços para promover a consolidação fiscal e podem respingar na avaliação de crédito.
A Fitch também conduziu uma análise de cenário em torno do efeito potencial dos aumentos de tarifas dos EUA no Produto Interno Bruto (PIB) de seus parceiros comerciais, e altas expressivas de tarifas iriam conter principalmente o crescimento de México, Canadá, China, Vietnã e Coreia do Sul, o que refletiria no rating dos países.