Nicarágua fecha mais 12 ONGs, chegando a cerca de 5.600 desde 2018
Ortega, ex-guerrilheiro de 79 anos que governou a Nicarágua na década de 1980 e está novamente no poder desde 2007
O governo da Nicarágua anunciou, nesta segunda-feira (11), o fechamento de 12 ONGs, com o que já são 5.600 canceladas desde os protestos de 2018 contra o presidente Daniel Ortega.
Segundo a resolução publicada no diário oficial La Gaceta, entre as ONGs fechadas estão a Fundação Suíça de Cooperação para o Desenvolvimento Técnico, duas organizações religiosas, outras duas médicas e uma esportiva.
Ortega, ex-guerrilheiro de 79 anos que governou a Nicarágua na década de 1980 e está novamente no poder desde 2007, sustenta que as ONGs e, sobretudo, a Igreja Católica apoiaram os protestos, que considera uma tentativa de golpe de Estado patrocinada por Washington.
Segundo um estudo publicado no fim de outubro pelo Coletivo Nicarágua Nunca Mais, que trabalha a partir do exílio na Costa Rica, o governo Ortega havia cancelado 5.571 ONGs, 1.235 delas religiosas.
O governo argumentou que essas organizações não apresentaram seus estados financeiros, e expropriou seus bens.
No caso dos grupos desta segunda, a informação oficial indicou que os fechamentos ocorreram por "dissolução voluntária de membros", "falta de financiamento" ou "por conclusão de um portfólio de projetos".
O governo Ortega endureceu as leis contra as ONGs recentemente e estabeleceu que só podem trabalhar na Nicarágua em "alianças de associação" com entidades estatais.
A medida foi classificada como "extremamente alarmante" pelo escritório da ONU para os Direitos Humanos.
Os protestos de 2018 deixaram, em três meses, mais de 300 mortos, segundo a ONU, e milhares de exilados.