diplomacia

EUA pede a líderes haitianos que deixem para trás "interesses pessoais conflitantes"

Washington garantiu que trabalhará com o novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé

O recém-empossado primeiro-ministro haitiano Alix Didier Fils-Aime - Clarens Siffroy / AFP

Os Estados Unidos pediram, nesta terça-feira (12), aos líderes do Haiti que garantam a credibilidade do seu trabalho acima dos interesses pessoais, após a substituição do primeiro-ministro do país caribenho em plena disputa pelo controle do governo.

"As necessidades urgentes e imediatas do povo haitiano exigem que o governo de transição priorize a governança em detrimento dos interesses pessoais conflitantes dos atores políticos", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

Washington, que financia em grande parte a força de segurança internacional destacada este ano no Haiti para conter a violência das gangues, garantiu que trabalhará com o novo primeiro-ministro, Alix Didier Fils-Aimé.

Este empresário, de 52 anos, tomou posse na segunda-feira, substituindo Garry Conille, destituído pelo conselho presidencial de transição haitiano, com o qual mantinha divergências.

Depois que esse conflito político provocou uma mudança à frente do governo, os Estados Unidos pediram ao conselho e a Fils-Aimé que "definissem claramente" as responsabilidades de cada um.

Este esforço deve "incluir medidas para responsabilizar cada um conforme o adequado, evitando ao mesmo tempo mais estagnação", disse Miller.

"Também é imperativo promover a responsabilização dentro do conselho presidencial de transição para manter a credibilidade junto ao povo haitiano e à comunidade internacional", acrescentou.

Antes de ser destituído, Conille havia exigido por carta a renúncia de três dos nove membros do conselho envolvidos em um escândalo de corrupção.

A mudança de primeiro-ministro abre um novo período de incerteza na nação caribenha, que não teve nenhum líder eleito desde o assassinato de Jovenel Moise em 2021, e que sofre há décadas com a violência de gangues, a pobreza e a instabilidade política.