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Câmara Baixa do Parlamento francês rejeita orçamento para 2025

A dívida pública representava, no final de junho, 112% do Produto Interno Bruto (PIB)

O deputado do Ensemble Pour la Republique, David Amiel (E), fala durante uma explicação do voto como parte da sessão de votação da primeira parte do projeto de lei de finanças para 2025 na Assembleia Nacional, a câmara baixa do Parlamento francês - Ian Langsdon / AFP

Os deputados franceses rejeitaram nesta terça-feira (12) um projeto de orçamento do governo, amplamente emendado pela oposição com novos impostos, em um momento em que o país endividado enfrenta pressão para sanear as contas.

O governo minoritário do primeiro-ministro Michel Barnier, conservador, apresentou há pouco mais de um mês seu orçamento para 2025, com o qual a segunda maior economia da União Europeia busca reduzir o déficit em 60 bilhões de euros (R$ 378,66 bilhões na cotação atual).

A dívida pública representava, no final de junho, 112% do Produto Interno Bruto (PIB), e o governo espera que o déficit fique abaixo do limite de 3% previsto nas regras europeias em 2027, após reduzi-lo para 6,1% neste ano e 5% em 2025.

O projeto inicial de orçamento previa uma redução de gastos públicos de 40 bilhões de euros (R$ 252,4 bilhões) e um aumento de impostos para grandes fortunas e grandes empresas de 20 bilhões de euros (R$ 115,3 bilhões).

No entanto, durante as semanas de debate, os legisladores transformaram esse plano. A aliança de esquerda Novo Frente Popular (NFP) rejeitou os cortes de gastos e acrescentou dezenas de novos impostos.

O projeto emendado foi rejeitado por 362 votos a 192 nesta terça-feira na Assembleia Nacional, a Câmara Baixa do Parlamento. Após esse fracasso, o texto seguirá para seu percurso legislativo no Senado, antes de que as duas câmaras se reúnam para buscar um compromisso.

Nesta terça-feira, "os macronistas [os deputados alinhados ao presidente Emmanuel Macron] e a extrema direita rejeitaram o orçamento por uma maior justiça social e ambiental que o NFP conseguiu construir", escreveu na rede social X a líder da França Insubmissa (LFI, esquerda radical), Mathilde Panot.