"A Mesa de Deus", de Lecticia Cavalcanti, ganha prêmio Prix de la Littérature Gastronomique
Premiação acontece na próxima segunda-feira (18), em Portugal, país em que o livro também foi lançado, além do Brasil
Uma década de pesquisa depois, em meio a dezenas de versículos marcados e (re)leituras bíblicas minuciosas, “A Mesa de Deus: Os Alimentos da Bíblia”, o mais recente livro da escritora e pesquisadora gastronômica pernambucana Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti, lançado em 2022 pela Editora Record, segue rendendo culminâncias para além-mar.
Desta vez com a honraria máxima da Academia Internacional de Gastronomia, que vai premiar a imortal da Academia Pernambucana de Letras (APL) - ocupante da cadeira 23 - com o “Prix de la Littérature Gastronomique" - maior prêmio literário da Europa no setor da gastronomia. Lecticia é colunista de gastronomia da Folha de Pernambuco.
Confira matéria sobre o livro “A Mesa de Deus: Os Alimentos da Bíblia” aqui.
Marcada para a próxima segunda-feira, 18 de novembro, em Portugal - onde o livro foi lançado em 2023 - a premiação consolida o trabalho de Lecticia, que mapeou com viés histórico e antropológico os sabores do Livro Sagrado, incluindo hábitos alimentares da época.
“O prêmio é um reconhecimento (...). A Bíblia é um pedaço importante de nossa civilização, um livro fundamental. Pensei que uma pesquisa seria importante para ajudar em meu trabalho”, contou a escritora em conversa com a Folha de Pernambuco.
Passeio
histórico
Maria Lecticia Monteiro Cavalcanti é também autora de “Açúcar no Tacho” (2007), “O Negro Açucar” (2008), “História dos Sabores Pernambucanos” (2009), “Esses Pratos Maravilhosos e seus Nomes Esquisitos” (2013) e “Gilberto Freyre e as Aventuras do Paladar (2013).
Com “A Mesa de Deus”, o passeio pelas escrituras sagradas foi realizado com zelo a passagens e tempos históricos das civilizações da época, e que desde sempre não se furtavam em preparos de alimentos e sabores, assuntos que foram cuidadosamente compilados pela autora, satisfazendo dessa forma, a leitura de quaisquer interessados nas simbologias bíblicas no quesito gastronomia.
“Inicialmente, pensei que o livro ia agradar apenas a teólogos, estudantes de Teologia, padres, mas a receptividade foi grande porque trata-se da história da alimentação da humanidade”, ressalta Lecticia, complementando que uma de suas preocupações na escrita da obra foi se desvencilhar de religiões.
“Eu tive muito a preocupação da religião não interferir no meu olhar do livro. Então, ali, estão os alimentos e hábitos que estão na Bíblia (...). Perceber a mesa (o alimento) como um forte alicerce das sociedades, simbolizando união, comunhão e partilha, foi uma grande novidade da Bíblia, e é a parte mais bonita do Novo Testamento”, finalizou Lecticia, sobre a obra que passa a ter também, além do reconhecimento dos ‘leitores comuns’, a aquiescência da academia europeia.
Saiba mais sobre o “Prix de la Littérature Gastronomique" aqui.