Emissões de CO2 por combustíveis fósseis alcançam recorde sem limite à vista
As emissões totais de CO2 permaneceram em um platô na última década
As emissões de CO2 por combustíveis fósseis alcançaram este ano um novo recorde, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira (13, data local) por cientistas do Global Carbon Project, que não prevê um limite claro no uso de petróleo, gás e carvão.
Segundo este estudo de referência, as emissões mundiais de CO2 procedentes de combustíveis fósseis alcançarão um nível recorde em 2024 com 37,4 bilhões de toneladas, 0,8% maior que em 2023.
Ao acrescentar as previsões de emissões ligadas à mudança no uso do solo, como o desmatamento, as emissões totais devem alcançar este ano 41,6 bilhões de toneladas, um aumento de 2,5%.
As emissões totais de CO2 permaneceram em um platô na última década, segundo o Global Carbon Project.
"Os efeitos da mudança climática são cada vez mais dramáticos, mas nada indica ainda que o uso de combustíveis fósseis tenha alcançado seu ponto máximo", declarou o professor Pierre Friedlingstein, da Universidade de Exeter, no Reino Unido, que dirigiu o estudo.
Segundo Glen Peters, do Centro para a Pesquisa Internacional sobre o Clima, de Oslo, na Noruega, o mundo está "frustrantemente perto" de um pico de emissões de combustíveis fósseis.
"As [energias] renováveis aumentam fortemente", assim como os carros elétricos, "mas ainda é insuficiente", indicou ele aos jornalistas.
Desde 2023, a Agência Internacional de Energia (AIE) calcula que o consumo mundial de combustíveis fósseis (petróleo, gás e carvão) alcançará seu ponto máximo "antes de 2030".
Ao ritmo atual, a equipe de 120 cientistas responsáveis pelo relatório Global Carbon Budget calcula que há 50% de chance de o aquecimento global superar +1,5°C em comparação com a era pré-industrial, o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris de 2015, "de forma constante nos próximos seis anos, aproximadamente".
O relatório indica também que os níveis atuais de eliminação de dióxido de carbono através da tecnologia, excluindo os meios naturais como o reflorestamento, só permitem compensar um milionésimo do CO2 emitido pelas energias fósseis.