TECNOLOGIA

Brasileira, CEO do Bumble defende uso de IA generativa, mas avisa: 'Não para substituir conexões'

Executiva admitiu que o setor de aplicativos de relacionamento precisa de transformação e apontou que a empresa também está focando em outras formas de conectar pessoas

Lidiane Jones, CEO do Bumble - Wikimedia Commons

A brasileira Lidiane Jones, CEO do aplicativo de relacionamentos Bumble, afirmou nesta quarta-feira que a empresa enxerga na utilização da Inteligência Artificial generativa possibilidades para que os usuários possam ser mais sinceros. Em palestra realizada no Web Summit de Lisboa, a executiva nascida em São Paulo, destacou entretanto que a IA deve facilitar novas conexões, não substituí-las.

"Quando pensamos em IA generativa especificamente, estou muito animada com as oportunidades de usar essa tecnologia para que as pessoas possam ser elas mesmas, para facilitar conexões que sejam significativas, não para substituir conexões", afirmou Jones.

Segundo a líder do Bumble, a empresa tem investido em tecnologias de Inteligência Artificial em diversos setores da empresa, principalmente na questão de segurança, como ferramentas de detecção facial e de golpes na plataforma.

Nesta quarta-feira, a executiva brasileira participou de dois painéis no encontro de tecnologia realizado na capital portuguesa. Lidiane Jones assumiu o comando da empresa em novembro de 2023, substituindo a fundadora da companhia, Whitney Wolf Herd. Antes de chegar ao comando do aplicativo, ela estava à frente do Slack, ferramenta de comunicação corporativa.

No evento, Lidiane admitiu que o setor de aplicativos de relacionamento precisa de transformação e apontou que a empresa também está focando em outras formas de conectar pessoas, não apenas romanticamente. Neste ano, o Bumble lançou um aplicativo separado apenas para amizades. Em maio deste ano, a empresa também confirmou a compra do aplicativo Geneva, focado na criação de grupos de pessoas conectadas por interesses mútuos.

A empresária destacou que tanto as Nações Unidas quanto o Departamento de Saúde dos Estados Unidos publicaram estudos classificando o isolamento e a solidão como epidemia.

"Nosso trabalho é ajudar os clientes a encontrar pessoas reais na vida real. Isso se aplica para conexões românticas, para conexões de amizade, então estou muito entusiasmada sobre o uso da nossa plataforma e da nossa tecnologia para que pessoas encontrem pessoas de verdade".

Na sua participação no Web Summit, a executiva brasileira também comentou sobre os desafios na sua carreira para alcançar a posição de CEO. Lidiane Jones afirmou que tem procurado fazer com que a companhia seja aberta para todos. De acordo com a executiva, um dos seus focos tem sido fortalecer princípios como o fortalecimento das experiências das mulheres (no aplicativo, o primeiro passo das conexões é feito pelas mulheres).

"Essa é uma missão que não vai sair de moda, então nós colocamos muito peso e recursos da empresa em colaborar com causas como o combate à violência doméstica, em ajudar mulheres a conseguir a ajuda que precisa, em colaborar com direitos reprodutivos, e certamente a questão do aborto e da saúde nos Estados Unidos", disse.