CÚPULA

Evento com lideranças mundiais no Rio debate desinformação e IA, em diálogo à agenda do G20

A 1ª edição da Conferência Internacional de Integridade da Informação acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro, em Botafogo, Zona Sul da capital

onferência será realizada no auditório térreo do prédio do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro - Divulgação

Em diálogo à agenda do G20 no Brasil, pesquisadores e lideranças de instituições científicas mundiais vão se reunir no Rio de Janeiro para debater formas de combate à desinformação.

A 1ª edição da Conferência Internacional de Integridade da Informação acontecerá nos dias 21 e 22 de novembro, em Botafogo, Zona Sul da capital. As inscrições para o evento são gratuitas, abertas ao público em geral, e darão direito a certificado.

Uma pesquisa do Instituto Locomotiva mostrou que 90% da população brasileira admite ter acreditado em conteúdos falsos, com impactos diretos na democracia, saúde pública e segurança. Esse dado alarmante moldou a programação do evento, que terá palestras e oficinas sobre desinformação nas áreas da ciência, meio ambiente, religião e eleições. Também serão discutidos os impactos da Inteligência Artificial nas mídias e a necessidade de regulação ética dessa tecnologia mundo afora.

"O encontro vai criar estratégias práticas que protejam a qualidade da informação e a transparência. Essa conferência se conecta diretamente ao cotidiano das pessoas, pois questões como fake news, teorias conspiratórias e manipulação de dados influenciam as decisões da população e afetam a confiança em instituições públicas e privadas", afirma Ana Regina Rêgo, coordenadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação (RNCD).

Exemplos claros do uso da IA para fins maliciosos foram observados durante as eleições municipais no Brasil, a partir da divulgação de imagens falsas com rostos de candidatos e casos de "deepnudes". Segundo o pesquisador Rodrigo Canalli, ex-assessor-chefe da Assessoria de Inteligência Artificial do Supremo Tribunal Federal (STF), apresentar caminhos para a regulamentação desse tipo de tecnologia é urgente.

"Esses conteúdos são projetados para apelar às emoções e se disseminam rápido. Discutir políticas que resguardem a democracia contra as ameaças digitais preserva a autonomia de cada cidadão e a capacidade de fazer escolhas informadas sobre como conduzir a própria vida a partir do que consome nas redes", explica Canalli.

A conferência acontece em conjunto ao 1º Encontro da RNCD e ao 5º Encontro do International Center for Information Ethics (ICIE). Os principais insights das palestras serão divulgados em revista científica e em um e-book. Todo o evento tem patrocínio do CNPq e da Faperj, além de apoio da Rede de Estudos da Ciência da Informação sobre Desinformação (Recides), Rede Coinfo, Burburinho Cultural e Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Os encontros serão realizados das 8h30 às 20h, no auditório térreo do prédio do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas, no Rio de Janeiro, onde funciona parte do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).