Elon Musk, um bilionário de olho em Washington
Antes das eleições, Musk havia recomendado que a criação de um novo "Departamento de Eficiência Governamental" reduziria 2 trilhões de dólares
O bilionário Elon Musk assumiu um grande risco ao apoiar a candidatura do republicano Donald Trump à Casa Branca, mas sua aposta já deu frutos, ao menos por enquanto, pois o presidente eleito dos Estados Unidos decidiu-lhe um papel importante para reformar o governo federal.
Antes das eleições, Musk havia recomendado que a criação de um novo "Departamento de Eficiência Governamental" reduziria 2 trilhões de dólares (R$ 11,5 trilhões, na cotação atual) do orçamento federal — uma promessa gigante, que reflete as elevadas ambições da pessoa mais rica do mundo.
Ainda não foram revelados detalhes específicos sobre o plano, e há dúvidas sobre como Musk dirigirá essa nova agência, especialmente considerando suas funções à frente da empresa aeroespacial SpaceX, da fabricante de veículos elétricos Tesla e de outras companhias, como a rede social X.
Como as empresas de Musk interagem em diferentes níveis com o governo dos Estados Unidos e estrangeiros, sua nova posição também levanta preocupações sobre possíveis conflitos de interesse.
Ao fazer o anúncio, Trump informou que Musk e outro magnata aliado republicano, Vivek Ramaswamy, lideraram juntos a nova iniciativa e “ofereceriam assessoria e orientação de fora do governo”.
Apoio influência
Apoiar um candidato republicano e ajudá-lo a vencer uma mudança decisiva para Musk rumo à vida política.
Esse empresário de 53 anos ganhou fama como rosto da indústria emergente de veículos elétricos e muitas vezes alertou sobre as ameaças das mudanças climáticas.
Anos depois, tornou-se o principal apoiador célebre de Trump, dedicando-se para que o republicano retornasse à Casa Branca com a agenda "Make America Great Again" (Torne a América Grande Novamente).
Estima-se que Musk tenha gasto mais de 100 milhões de dólares (R$ 580 milhões) no prol da reeleição de Trump, um valor impressionante, mas pequeno em comparação com sua fortuna pessoal, estimada em 300 bilhões de dólares (R$ 1, 73 trilhões).
No entanto, resta saber como duas personalidades tão notoriamente egocêntricas como Musk e Trump irão se relacionar a longo prazo.
Musk nasceu em Pretória, na África do Sul, em 28 de junho de 1971, filho de um engenheiro e um modelo nascida no Canadá. Deixou o país africano no final da adolescência para estudar na Universidade de Queens, na província canadense de Ontário.
Após dois anos, transferiu-se para a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde obteve diplomas em física e negócios.
Depois de se formar nessa Ivy League, Musk abandonou seus planos de estudar na Universidade de Stanford, na Califórnia, e fundou a Zip2, uma empresa que produz software de publicação on-line para a indústria dos meios de comunicação.
Durante a campanha de 2024, quando a imigração ilegal voltou a ser tema central de Trump, ressurgiram informações de que Musk provavelmente teria violado as normas de seu visto ao abandonar Stanford.
O sul-africano, que já se casou e se divorciou três vezes, acumulou sua fortuna antes dos 30 anos, quando vendeu um Zip2 para a fabricante americana de computadores Compaq por mais de 300 milhões de dólares (R$ 573 milhões, na cotação da época) em 1999.
Sua empresa seguinte, a X.com, acabou se fundando em 2002 com o PayPal, uma plataforma de pagamentos on-line comprada pelo gigante de leilões virtuais eBay por 1,5 bilhão de dólares (R$ 4,8 bilhões).
Suas aventuras então se tornaram ainda mais ambiciosas: em 2002, fundou a SpaceX, assumindo os cargos de diretor-executivo e diretor de tecnologia, e em 2004, tornou-se presidente da Tesla.