Justiça de Nova York multa casa de leilões Sotheby's por fraude fiscal
A Sotheby's apresentou certificados de revenda falsos "a [...] sete clientes" entre 2012 e 2020
A casa de leilões Sotheby's chegou a um acordo com a justiça de Nova York e deverá pagar uma multa de 6,25 milhões de dólares (R$ 36,09 milhões) para ter ajudado clientes a evadir impostos, anunciou a Procuradoria nesta quinta-feira (14).
O escritório da procuradora-geral do estado de Nova York, Letitia James, explicou em comunicado que uma casa de leilões, cuja sede fica na capital financeira, havia "incentivado clientes a declarar fraudulentamente que as obras de arte que compravam eram especificadas para revenda" .
Essa estratégia evitava que esses clientes "pagassem impostos sobre a venda de bolsas de milhões de dólares em obras de arte adquiridas entre 2010 e 2020".
Segundo James, que apresentou acusação em novembro de 2020, "um cliente importante identificado como 'o colecionador' roubou na Sotheby's obras de arte no valor de 27 milhões de dólares (R$ 155,86 milhões) entre 2010 e 2015, utilizando o sistema de certificados de revenda de isentos de impostos".
A casa de leilões "sabia" que as obras eram destinadas à sua coleção privada, e "funcionários da Sotheby's até ajudaram a pendurar-las" na casa do cliente.
Em novembro de 2018, foi firmado outro acordo extrajudicial com a empresa Porsal Equities, pertencente a um colecionador não identificado das Ilhas Virgens Britânicas, para o pagamento de mais de 10 milhões (R$ 57,73 milhões) de dólares em impostos, multas e danos.
A Sotheby's, propriedade do bilionário franco-israelense-marroquino Patrick Drahi desde 2019, também apresentou certificados de revenda falsos "a pelo menos outros sete clientes" entre 2012 e 2020.
Além da sanção econômica, a casa de leilões deverá implementar “reformas significativas” para garantir os objetivos finais de seus compradores.
Contactada pela AFP, a Sotheby's não respondeu imediatamente.