SAÚDE

"Overthinking": saiba quais as duas palavras indicadas por especialistas para quem "pensa demais"

Segundo especialista, ao ficar preso em uma análise excessiva, indivíduos perdem oportunidades valiosas que poderiam impulsionar o crescimento ou desenvolvimento pessoal

pensar demais pode doer - Freepik

O excesso de pensamentos negativos tem um custo muito maior do que parece. Dedicar tempo excessivo a reflexões, crenças limitantes e pensamentos intrusivos leva ao descuido de ações que, por outro lado, poderiam promover progresso e mudança.

Devido à ansiedade paralisante que isso provoca, estudos como "Pensar demais: uma revisão sistemática de uma linguagem comum de angústia" demonstram que a ruminação negativa traz consequências indesejadas, não apenas para o estado mental e emocional, mas também para a saúde física.
 

Pensamentos negativos excessivos têm um custo muito maior do que parece. Dedicar muito tempo à reflexão, às crenças limitantes e aos pensamentos intrusivos faz com que negligenciemos aquelas ações que, pelo contrário, poderiam impulsionar o progresso e a mudança.Para mitigar as consequências, no livro "El líder mentalmente fuerte", Scott Mautz, instrutor e autor especializado em saúde mental, afirma que uma das formas mais eficazes de desenvolver a fortaleza mental e superar o hábito de pensar demais se resume a duas palavras: "Já veremos". O contexto de sua abordagem foi apresentado em uma coluna de opinião publicada na CNBC, onde o especialista sugere substituir pensamentos ruminantes que começam com "E se...?" por "Já veremos".

Segundo Mautz, quem pensa demais questiona-se constantemente com "E se...?", uma pergunta impossível de responder. "Ao perceber que esse questionamento surge, é necessário substituí-lo rapidamente por um ‘já veremos’, que é uma forma de sair da paralisia por análise e adotar a aceitação", explicou.

Para o autor, essa mudança de foco reduz a ansiedade e promove um estado mental mais positivo e resoluto. “Imagine que uma apresentação importante está chegando. Se surgirem pensamentos sobre o que pode dar errado, dizer ‘já veremos’ acalma o diálogo interno e favorece uma atitude mais relaxada”, afirmou. Ele também destacou que a frase sugere ação, em contraste com a dúvida constante gerada pela pergunta "E se...?".

Quatro ferramentas eficazes para parar de pensar demais
Para lidar com o hábito de pensar em excesso, Mautz compartilhou quatro práticas que ensinou a pessoas enfrentando o sobrepensamento crônico, obtendo resultados surpreendentes. Seus conselhos visam reduzir a carga mental, melhorar o foco e aumentar a capacidade de agir no dia a dia.

1. Reabra a porta apenas quando houver novas informações
A tendência de reconsiderar decisões e recusar-se a encerrá-las definitivamente intensifica o sobrepensamento. Para Mautz, isso gera incerteza e confusão tanto interna quanto externamente.

“As decisões devem ser baseadas na melhor informação disponível no momento e, em seguida, é preciso seguir em frente. Não volte atrás, a menos que haja novas informações ou contexto”, destacou.

2. Diferencie entre pensar demais e resolver problemas
Refazer cenários e possibilidades repetidamente muitas vezes parece uma estratégia de resolução de problemas. “Parece útil e produtivo, mas não é. Você está apenas andando em círculos”, explicou.

3. Presuma boas intenções
Grande parte do pensamento excessivo surge de interpretações exageradas, suposições negativas e análise excessiva das palavras ou ações dos outros. Segundo Mautz, isso pode levar a pensar que alguém tem más intenções ou age apenas por interesse próprio. Ele sugere questionar por que essas interpretações estão sendo feitas.

4. Avalie o impacto real de estar errado
Muitas vezes, o medo das consequências de errar alimenta o pensamento excessivo. “Talvez faça sentido refletir muito se você estiver considerando nadar ao lado de um grande tubarão branco. Mas sobre a decisão tomada na reunião de ontem? Nem tanto”, afirmou.

Nesses momentos, ele recomenda analisar o custo real de estar errado.