David Lynch: diretor, diagnosticado com enfisema pulmonar, precisa de oxigênio para andar
Aos 78 anos, o ganhador do Oscar afirma que fumou desde os oito, mas que só parou há dois devido à meditação
O diretor e roteirista, David Lynch, foi diagnosticado com enfisema em 2020. O ganhador de alguns Oscar revelou em entrevista à People que fuma desde os 8 anos de idade. Hoje, com 78, ele precisa de um aparelho de oxigênio para se locomover e pede para as pessoas pararem de fumar.
"Uma parte muito importante da minha vida era fumar. Eu amava o cheiro do tabaco, o gosto do tabaco. Eu amava acender cigarros", diz Lynch.
Mesmo diagnosticado com a doença pulmonar que causa falta de ar não parou de fumar. "Tentei parar muitas e muitas vezes, mas quando ficou difícil, eu fumava aquele primeiro cigarro, e era uma viagem só de ida para o céu e voltava a fumar de novo, diz.
O diretor largou o vício há apenas dois anos e afirma que a prática de meditação transcendental foi o que o ajudou a parar. O artista medita duas vezes por dia, todos os dias, e começou uma fundação dedicada à prática.
"É difícil viver com enfisema. Mal consigo andar por um cômodo. É como se você estivesse andando por aí com um saco plástico em volta da cabeça", explica.
O que é a Enfisema?
A enfisema pulmonar juntamente com a bronquite crônica fazem parte das Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (DPOC), problemas respiratórios que obstruem a passagem do ar pelos pulmões. Boa parte dos pacientes possuem as duas enfermidades juntas e ambas estão intimamente relacionadas ao tabagismo. No Brasil estima-se que atinja cerca de 12% da população e é a quarta causa de mortalidade no país.
O pulmão é como uma grande árvore de ponta cabeça, onde o tronco é a traqueia e os galhos os brônquios por onde o ar passar para chegar nos alvéolos. Enquanto a bronquite é uma inflamação crônica na parede dos brônquios, a enfisema também dificulta a passagem do ar, mas ajuda a destruir os alvéolos, estruturas responsáveis pela troca de oxigênio no órgão. Com o tempo, o pulmão vai perdendo a elasticidade devido à exposição constante a um determinado poluente, como a intoxicação pela fumaça do cigarro. Esse processo de perda da elasticidade pulmonar ocorre gradualmente e, por isso, na maioria dos casos os sintomas demoram a ser notados.
É mais comum que os primeiros sinais surjam por volta dos 50 anos, quando já há uma destruição avançada dos alvéolos. Entre os principais sintomas estão a falta de ar, um fino e incômodo chiado no peito, tosse persistente, dor ou sensação de aperto no peito, dedos das mãos e dos pés azulados, cansaço anormal, aumento da produção de muco e inchaço do tórax.
Sintomas
As primeiras manifestações são relacionadas a respiração. Nas fases iniciais, a falta de ar surge quando o paciente faz esforços intensos, como uma corrida, ou até mesmo uma caminhada. No decorrer do tempo, porém, a insuficiência respiratória pode surgir até mesmo durante o repouso. Em casos mais graves e avançados, a enfisema interfere na capacidade de fazer atividades diárias, como subir uma escada, tomar banho ou caminhar pela casa.
Tratamento
A doença não tem cura. A forma mais simples e eficaz de preveni-la é não fumar. Outra forma de prevenção é fazer check-ups de rotina para avaliar a capacidade pulmonar e estabelecer o diagnóstico mais cedo. A prática de exercícios físicos e tomar a vacina contra gripe e pneumonia também são uma forma de precaver a doença.
Em casos mais graves e quando já há limitações, há a indicação do uso de medicamentos broncodilatadores e corticoides inalatórios que são usados para reduzir a inflamação e a dilatação da parede dos brônquios, facilitando a passagem do ar, mas sempre de acordo com a recomendação de um profissional.