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Pix completa 4 anos: veja 12 curiosidades sobre o meio de pagamento instantâneo

Até 30 de setembro, foram realizadas 121,5 bilhões de transações no sistema financeiro nacional usando a ferramenta criada pelo Banco Central

Pix - Marcello Casal Jr / Agência Brasil

O meio de pagamento que conquistou os brasileiros completa quatro anos hoje com a expectativa de ampliar ainda mais sua popularidade. Desde o seu lançamento, em 16 de novembro de 2020, até 30 de setembro deste ano, foram realizadas 121,5 bilhões de transações no sistema financeiro nacional, por meio dessas transferências instantâneas, totalizando cerca de R$ 52,6 trilhões em valores transacionados.

De acordo com o Banco Central (BC), em outubro havia 805,6 milhões de chaves Pix cadastradas, sendo que 95% correspondem a pessoas físicas. Além disso, 160,5 milhões de brasileiros já realizaram ao menos uma transação via Pix.

Juan Ferrés, CEO da Teros, empresa especializada em automação inteligente de processos, considera os primeiros quatro anos do Pix um “sucesso estrondoso”, destacando-o como o sistema de pagamento instantâneo mais bem-sucedido do mundo. Ele destaca que isso aconteceu antes mesmo do lançamento de novas modalidades.

— A usabilidade do Pix era ainda limitada a um pagamento à vista instantâneo, e só agora que estão entrando novas usabilidades e novas soluções que vão ampliar seu escopo de atuação — comenta Ferrés.

Uma das novidades implantadas neste mês é o Pix Agendado Recorrente oferecido pelos bancos de forma obrigatória. Também foi anunciado, em novembro, o Pix por Aproximação, que permite aos usuários realizar pagamentos sem a necessidade de usar o aplicativo de sua instituição financeira. Basta ter uma carteira digital.

Para 2025, mais novidades — como o Pix Automático — devem ser lançadas. Para celebrar ao aniversário do Pix, o EXTRA lista no quadro abaixo algumas curiosidades sobre esse meio de pagamento.

Popularidade continuará a crescer

Os resultados do Pix até 30 de setembro deste ano já superaram os números de todo o ano de 2023, com 45,7 bilhões de transações realizadas e um total de R$ 19,1 trilhões movimentados, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

De acordo com projeções da entidade, o Pix deverá registrar um crescimento de 58,8% em 2024, em comparação com 2023, movimentando R$ 27,3 trilhões. A expectativa é também de expansão no número de transações, com um aumento de 52,4%, alcançando 63,7 bilhões de operações.

Projetando o futuro, Alex Andrade, CEO da Swiss Capital Invest, acredita que a popularidade do Pix continuará em alta.

— A popularidade do Pix provavelmente continuará a crescer. No futuro, poderá substituir boa parte das transações com dinheiro e cartões de débito, especialmente se o Banco Central continuar incentivando parcerias e criando soluções em conjunto com o setor privado — avalia o CEO.

Andrade diz que a utilização do Pix e seu impacto na economia tendem a aumentar com sua integração com aplicativos de bancos digitais e serviços de pagamento.

Curiosidades do Pix

Tipos de chave Pix

A chave Pix é um identificador usado para a conta de uma pessoa. Existem quatro tipos: CPF ou CNPJ, e-mail, número de celular e chave aleatória (para quem não deseja vincular seus dados pessoais à conta).

Não é obrigatório cadastrar uma chave Pix

Para realizar ou receber uma transferência via Pix, não é necessário cadastrar uma chave. Embora o registro seja recomendado pelo Banco Central (BC), é possível receber transações usando apenas os dados da conta. Neste caso, é preciso digitar as informações.

Limite de chaves por conta

Existem limites para o número de chaves que podem ser cadastradas em uma conta. Pessoas físicas podem registrar até cinco chaves, enquanto pessoas jurídicas podem cadastrar até 20. No entanto, não há limite para o número de chaves que uma pessoa pode ter, desde que cada chave seja vinculada a uma única conta.

Mesma chave não pode ser cadastrada em mais de uma conta

Embora não haja limite para o número de chaves Pix por pessoa, uma mesma chave não pode ser cadastrada em mais de uma conta. Por exemplo, se seu e-mail for a chave de uma conta, ele não poderá ser utilizado em outra. No entanto, é possível solicitar a portabilidade das chaves para mudar a instituição financeira vinculada.

Pix copia e cola

Com essa ferramenta, quem recebe um pagamento gera um QR Code com o valor a ser recebido pelo aplicativo da instituição financeira e compartilha o link com a pessoa que fará a transferência. Quem vai pagar, por sua vez, apenas copia o código e o insere no campo indicado no aplicativo.

Pix Saque e Pix Troco

É possível sacar dinheiro em espécie em comércios, casas lotéricas e caixas eletrônicos com o Pix. Na modalidade Pix Saque, ao fazer uma transferência para o estabelecimento, o consumidor recebe o dinheiro. No Pix Troco, o valor físico recebido corresponde à diferença entre o valor da compra e o valor pago com Pix. O limite para saques é de R$ 3 mil durante o dia e de R$ 1 mil à noite. Pessoas físicas podem realizar até oito saques gratuitos por mês.

Pessoa jurídica pode ser tarifada

A pessoa jurídica pode ser tarifada em algumas situações:

No envio de Pix: se o recebedor for uma pessoa física e utilizar dados da conta, chave ou iniciar a transação; ou se o recebedor for uma pessoa jurídica e usar dados da conta ou chave.

No recebimento de Pix: se o pagador for uma pessoa física ou uma pessoa jurídica que utilize o Pix por QR Code ou serviço de iniciação de pagamento.

Pessoas físicas podem sofrer cobrança de tarifa?

Em geral, não há cobrança de tarifas para pessoas físicas ao fazerem ou receberem um Pix. No entanto, podem ser cobradas taxas em algumas situações específicas, como:

Ao receber um Pix: se o pagamento for destinado a fins comerciais; se o número de transações ultrapassar 30 por mês; ou se o pagamento for realizado via QR Code dinâmico ou QR Code de um pagador pessoa jurídica.

Mecanismo Especial de Devolução (MED)

O MED é uma ferramenta do Pix criada para facilitar a devolução de dinheiro em casos de fraude. Para solicitar a devolução, é necessário registrar o pedido na instituição financeira em até 80 dias após a transação. O caso será analisado, e se for constatada fraude, o valor será bloqueado na conta do recebedor. A análise é feita em até sete dias. Se a fraude for confirmada, o dinheiro será devolvido em até 96 horas. Caso haja uma falha operacional na instituição, como uma transação duplicada, a devolução ocorre em até 24 horas.

Pode haver devolução de Pix recebido por engano

Caso tenha recebido um Pix por engano, é possível que o cidadão devolva o valor. Para isso, basta acessar a transação no aplicativo de seu banco e solicitar a devolução (total ou parcial) por meio da funcionalidade disponível. Não é necessário fazer um novo Pix. Isso evita que a instituição faça uma devolução duplicada, caso o pagador solicite a restituição.

Bloqueio cautelar por suspeita de irregularidade

Essa é uma medida de segurança do Banco Central que permite às instituições financeiras bloquearem recursos por até 72 horas quando há suspeita de fraude. Durante esse período, é feita uma análise detalhada da transação, O banco deve comunicar imediatamente ao recebedor sobre essa ação.

Limite impostos para novos aparelhos

Desde o dia 1º de novembro deste ano, o valor máximo para transações feitas via Pix iniciadas em dispositivos (celular ou computador) não cadastrados é de R$ 200 por operação ou de R$ 1 mil por dia. Esses limites somente podem ser elevados mediante o cadastramento do novo aparelho nas instituições financeiras.