ENCONTRO MUNDIAL

Chegada de delegações estrangeiras para a cúpula do G20 muda a rotina da cidade do Rio

Encontro de líderes começa nesta segunda-feira

Da França, Emmanuel Macron e a esposa chegam para o G20 - divulgação/Governo do Brasil/AFP

Um passeio de bonde que termina num bar, com roda de samba e cerveja gelada no coração da boemia de Santa Teresa. Esse roteiro dos sonhos para qualquer turista foi vivido, ontem, pelo primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, que, acompanhado por uma animada comitiva, vestiu o avental, foi para a cozinha e até serviu bolinhos de bacalhau no Armazém São Joaquim. Ele é um dos líderes cuja presença tem modificado a rotina do Rio por conta da cúpula do G20.

O premiê norueguês celebrou a longa parceria com o Brasil, principalmente por conta do bacalhau e apontou ainda o seu lugar favorito no Rio: a Praia de Copacabana.

— Gostei bastante, porque na Noruega não temos esse contato com o mar, onde os prédios ficam de frente para a praia — afirmou Støre, que, após colocar a mão na massa, degustou bolinhos de bacalhau acompanhados por uma cervejinha gelada e ao som de uma roda de samba.

Ao todo, 55 delegações desembarcam ao Rio para a Cúpula de Líderes do G20. Uma delas teve recepção calorosa, ontem: a de Xi Jinping, presidente da China. Um corredor formado por cidadãos chineses com bandeiras em mãos se instalou da saída do Túnel Rebouças até o hotel em que Xi se hospedou, em São Conrado.

Um dos grupos, na Lagoa, era composto por 80 pessoas que vieram de Belo Horizonte. Já na porta do hotel, mais de 100 chineses cantavam o hino do país, exibiam faixas e até tocavam tambor.

Protesto e interdição
A chegada de líderes de todo o mundo na cidade —como a do presidente francês Emmanuel Macron, que se reuniu com Lula em Copacabana no início da noite — motivou protesto de ambientalistas do movimento Amazônia de Pé, na Praia de Botafogo. Apesar do tempo favorável para praia, a área de lazer que costuma ser instalada na Avenida Atlântica aos domingos e feriados não funcionou: a via ficará fechada até amanhã, para facilitar o deslocamento das comitivas.

Após as chuvas que atingiram o município ao longo deste sábado, a volta das temperaturas elevadas foi comemorada por turistas que aproveitavam para pegar um sol na Praia de Copacabana. A orla, diferente dos últimos dias, reunia centenas de pessoas passeando. Esse é o caso do britânico Oliver Davies, de 37 anos, escolheu começar o dia andando de patinete para conseguir apreciar toda a vista.

— Eu estava muito concentrado no G20 e ainda não tinha parado para tirar um tempo para conhecer o Rio. O sol abriu e vi que era a oportunidade perfeita para andar pela praia. Resolvi pegar um patinete para conseguir ver mais coisas. Estou também querendo conhecer algum bar legal até o fim do dia — afirma.

Já Martina Gómez, de 34 anos, preferiu passar a manhã se bronzeando e depois parou para beber uma caipirinha em um dos quiosques. A professora mexicana confessa que a bebida se tornou a sua nova queridinha.

— A caipirinha é muito gostosa e nesse calor fica mais ainda. Está sendo uma experiência e tanto estar aqui nesse momento, ouvindo sobre um tema importante e, ao mesmo tempo, conseguindo viver essa experiência — elogia.

De restaurantes badalados a barraquinhas
Na Praia de Ipanema, vários grupos se reuniam no badalado Boteco Belmonte, local conhecido pela carta de drinks e por possuir um rooftop com uma visão privilegiada para o morro Dois Irmãos. Ali, a americana Emily Collins, de 39 anos, que bebia um vinho branco, alegou que viajou durante o período do G20 para acompanhar a programação. No entanto, confessa que o aumento da segurança foi outro fator influenciador.

— Eu combinei de fazer essa viagem para estar aqui no período do G20 por causa da programação, mas pensei na segurança porque achei que a cidade estaria com mais policiais. Estou me sentindo bem segura. Fui a vários lugares e não tive problemas. Dei preferência por fazer refeições em restaurantes mais sofisticados para conseguir ver o que o Rio tem de melhor — relata.

Em contrapartida, os chineses Ana Wong, de 43 anos, Should Lio, de 47, e Zhang Jun, de 50, explicam que não fazem questão de comerem em estabelecimentos mais sofisticados. Inclusive, ressaltam que adoraram comer um lanche vendido em uma barraquinha de Botafogo, na Zona Sul:

— Viemos aqui com objetivo de exaltar a nossa bandeira, por isso estamos aqui com várias delas para distribuirmos. Vamos para a porta do hotel aguardar a chegada do presidente da China. Estamos focados no G20 e a diversão vem em segundo lugar. A comida daqui é muito boa, comemos numa barraca de rua hoje e adoramos.