Duas babás são indiciadas em caso de bebê agredida por outra criança em berçário do Recife
Caso aconteceu quando as crianças estavam sozinhas em uma sala do berçário, no período chamado de "soninho da manhã", com babá eletrônica desligada e sem monitoramento presencial
Duas babás foram indiciadas por lesão corporal culposa no caso de uma bebê de um ano de dois meses que sofreu mordidas e arranhões de outra criança, de dois anos. O episódio aconteceu no dia 25 de setembro, no Berçário CFC Baby, no bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife.
O caso aconteceu quando as crianças estavam sozinhas em uma sala do berçário, no período chamado de "soninho da manhã". A babá eletrônica estava desligada e não havia monitoramento presencial.
Para o Departamento da Criança e do Adolescente (DPCA), que realizou a investigação, as funcionárias da creche devem responder pelo crime de lesão corporal culposa, por omissão. Assim, mesmo sem a intenção de causar algum dano ou machucar o bebê, elas não poderiam ser eximidas da culpa pelo ocorrido e teriam sido negligentes ao manter as crianças sem supervisão.
Família reage à decisão
Em contato com a reportagem, a mãe da criança afirmou que recebeu a decisão do indiciamento com "bastante surpresa e indignação". Isso porque os familiares esperavam que a polícia responsabilizasse os diretores do Colégio Fazer Crescer Baby, que, "além de não terem supervisionados o trabalho das babás, sequer prestaram o devido atendimento a minha filha, que foi abandonada numa sala sem qualquer tipo de supervisão", disse a mulher.
"O que seria totalmente previsível que algo poderia acontecer. No mínimo, assumiram o risco de tudo o que aconteceu. E o pior, não tiveram a iniciativa de levar minha filha a um atendimento médico, que estava com múltiplas lesões, como atesta o próprio laudo do IML", continuou a mãe.
À época, a mãe da criança acusou o colégio de "omissão" e "falta de apoio". Já o berçário afirmou ter se colocado à disposição da família o tempo inteiro.
A bebê ficou com ferimentos nas bochechas, olho, cabeça, queixo, boca, mãos e joelho.
Em entrevista à Folha de Pernambuco na época do caso, a mãe da criança chegou a afirmar que, após a agressão, ela estava apresentando "comportamentos fora do comum", como apego e procura por colo em mais ocasiões. De acordo com a familiar, atualmente, a criança segue recebendo tratamento psicológico.
A Folha de Pernambuco entrou em contato com o CFC Baby, em busca de um posicionamento oficial, mas, até a última atualização da matéria, não houve retorno. O canal segue aberto.
A reportagem também procurou a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) para saber se membros da direção ou o próprio colégio serão indiciados por algum crime. Também não houve retorno.