RIO DE JANEIRO

Central antidrone da PF já interceptou 20 aeronaves em reunião da Cúpula no Rio

"Fuzil" antidrone usado por agentes no entorno do Museu de Arte Moderna (MAM) é chamado de DroneGun Tactical

G20 no Brasil - Fernando Frazão/Agência Brasil

A Polícia Federal já interceptou cerca de 20 aeronaves remotamente pilotadas (RPA) durante a cúpula do G20. Por serem identificadas próximo de áreas de interesse, e não possuírem autorização e comunicação do plano de voo, os drones tiveram o sinal interrompido, segundo a PF. Com isso, as aeronaves tiveram o pouso forçado ou retornaram para o ponto de decolagem.

Para reforçar a segurança no entorno do G20, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) implantou um sistema de detecção e defesa contra drones. O objetivo é dar uma resposta rápida para possíveis ameças na área onde acontece a reunião da Cúpula. Eles conseguem identificar dispositivos em uma área de14 km, monitorar e até neutralizar aeronaves não autorizadas.

O "fuzil" antidrone usado por agentes no entorno do Museu de Arte Moderna (MAM) é chamado de DroneGun Tactical. O equipamento funciona emitindo uma frequência que interrompe a comunicação entre o drone e o controlador. Ela consegue derrubar aeronaves que estão a até dois quilômetros de distância.

A arma é fabricada pela DroneShield e pesa cerca 7,3 kg. O equipamento é o mesmo que foi empregado cerimônia da posse do presidente Lula, em Brasília, em 2023.

Quem manuseia o equipamento pode manter o drone voando até que a bateria acabe ou pousá-lo em um local para ser apreendido. Com o dispositivo, os agentes podem ainda localizar quem estava usando o drone usando uma função que faz o aparelho voltar ao local de decolagem.

O equipamento também possui "antenas direcionais de alto desempenho" e pode "selecionar e ativar a faixa de frequências de interferência para derrotar o alvo". A arma tem o uso controlado pelo Exército e só pode ser vendido para instituições de segurança pública ou defesa militar.

O sistema antidrones também utiliza inteligência artificial para monitorar drones sem emitir sinais de radiofrequência. A Central também conta com jammers portáteis (bloqueadores de sinal) que podem neutralizar aeronaves em ambientes críticos, assegurando uma resposta rápida a possíveis ameaças.

Para auxiliar no esquema, foi instalado na Marina da Glória um sistema de três camadas de proteção para decodificar os protocolos de pilotagem de drones. Eles também estão receptando os sinais e fazendo reconhecimento de imagens. O sistema atua protegendo áreas sensíveis, como o Museu de Arte Moderna, o Aeroporto Santos Dumont e os hotéis onde autoridades estarão hospedadas.

Toda informação sobre as aeronaves no entorno são transmitidas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) e para o Centro de Monitoramento Anti-drone federal. Além de detectar possíveis ameaças, a estrutura também coordenará o uso das aeronaves por instituições públicas para garantir o máximo de segurança.