Irã

Países ocidentais apresentam resolução contra o Irã na AIEA

Ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, havia alertado Alemanha, França e Reino Unido contra qualquer resolução crítica ao seu programa nuclear durante a reunião da AIEA

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian - Karim Jaafar / AFP

Os países europeus e os Estados Unidos apresentaram uma resolução condenando a falta de cooperação do Irã em questões nucleares perante o conselho de governadores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), informaram fontes diplomáticas nesta quarta-feira (20).

"O texto foi apresentado formalmente" pouco antes da meia-noite de terça-feira (20h00 no horário de Brasília), disse uma fonte à AFP, e outra confirmou a informação no início da reunião pela manhã em Viena, sede deste órgão da ONU.

Anteriormente, em Teerã, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, havia alertado Alemanha, França e Reino Unido contra qualquer resolução crítica ao seu programa nuclear durante a reunião da AIEA, que começa nesta quarta-feira.

Em uma conversa com o seu homólogo francês, Jean-Noel Barrot, Araghchi "condenou veementemente a decisão dos três países" de apresentar um projeto de resolução sobre o programa nuclear iraniano, e garantiu que "só complicará ainda mais as coisas", segundo uma declaração do Ministério das Relações Exteriores iraniano.

Segundo a AIEA, o Irã é o único Estado sem armas nucleares que enriquece urânio até 60%, ao mesmo tempo que continua acumulando grandes reservas.

No entanto, a agência "verificou" na semana passada "que o Irã iniciou os preparativos destinados a travar o aumento das suas reservas de urânio enriquecido a 60%", afirma o relatório.

As reservas iranianas estão próximas dos 90% necessários para fabricar uma bomba atômica. Teerã nega querer este tipo de armamento e garante que o seu desenvolvimento nuclear é para fins civis, como a energia.

O Irã já avisou que, caso seja aprovada uma condenação do seu programa nuclear, tomará "contramedidas imediatas" que "certamente não agradarão" os países ocidentais.