Aliados de Bolsonaro saem em defesa do ex-presidente e dizem que "não há provas"
Bolsonaro, Valdemar da Costa Neto e integrantes do escalão do antigo governo foram indiciados pela Polícia Federal hoje
Aliados de Jair Bolsonaro saíram em defesa do ex-presidente após a Polícia Federal indiciar ele, os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno e mais 34 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa.
O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL), afirmou que não há indícios de que algum dos citamos tenham concordado com o plano de golpe de estado orquestrado.
"Não me parece que o presidente Bolsonaro ou Valdemar, em momento algum, tenham concordado com qualquer ideia do tipo. Por enquanto, me parece a construção de uma narrativa que iniciariam objetivando a inelegibilidade e prisão do presidente Bolsonaro, maior adversário de Lula e do governo instalado", disse ao Globo.
Mais cedo, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) postou nas redes sociais a reprodução de uma coluna de opinião dizendo que a PF não demonstra como “conversas e desejos formam um plano coerente de golpe”.
Já o líder do governo no Senado, Otto Alencar (PSD-BA), destacou que militar obdece ordens de quem está em cima na cadeia de comando.
"A confirmação do óbvio, militar obedece a hierarquia ,o comandante e chefe das forças militares é o presidente da República. Uma minoria anti democrática atendeu ao comando. Que respondam de acordo com a lei, que sirva de exemplo. Alguns generais escureceram o brilho das estrelas que carregam nos ombros " , disse ao GLOBO.
Entre demais lulistas, Gleisi Hoffmann (PT-PR) afirmou que o indiciamento é uma demonstração da justiça agindo.
"O indiciamento de Jair Bolsonaro e sua quadrilha, instalada no Planalto, abre o caminho para que todos venham a pagar na Justiça pelos crimes que cometeram contra o Brasil e a democracia: tentar fraudar eleições, assassinar autoridades e instalar uma ditadura. Prisão é o que merecem! Sem anistia ", disse nas redes sociais
O ministro da Advocacia Geral de União (AGU), Jorge Messias, disse que a investigação é uma resposta aos ataques contra a democracia.
"A notícia de indiciamentos pela PF do ex-mandatário e de integrantes do núcleo de seu governo pela prática dos crimes de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, oferece ao país a possibilidade de concretizar uma reação eficaz aos ataques à nossa Democracia, conquista valiosa e indelével do povo brasileiro ", afirmou.
Na mesma linha, o senador Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu que a PF tem provas robustas contra o ex-presidente.
"Os ataques à democracia são sistemáticos e possuem uma evidente cadeia de comando, liderada por Bolsonaro. São inúmeros acontecimentos que se relacionam - como a ameaça de bomba no Aeroporto de Brasília, a minuta de golpe e as invasões do 8 de janeiro - e agora os planejamentos são desvendados pelo excelente trabalho da Polícia Federal. Considero que a Justiça deve ser implacável e exemplar, para que não haja impunidade", disse.