Peru

Governo peruano diz que presidente não tem relação com acusação contra seu irmão

A polícia não o encontrou em sua residência, e seu advogado diz desconhecer seu paradeiro

Bandeira do Peru - Reprodução/Internet

O chefe do gabinete ministerial do Peru, Gustavo Adrianzén, garantiu nesta quinta-feira (21) que a presidente Dina Boluarte não tem "nada a ver" com o processo judicial contra o irmão dela, acusado de liderar uma rede de corrupção que nomeava funcionários em troca de propina.

"A senhora presidente não tem e não teve absolutamente nada a ver com esse caso" contra Nicanor Boluarte, sobre quem pesa um mandado de captura para cumprir 36 meses de prisão preventiva, assegurou Adrianzén, em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros no Peru.

"No processo contra o senhor Boluarte, está sendo construída uma história perversa, segundo a qual existiria uma organização criminosa [...] liderada pela presidente da República", acrescentou o ministro.

Adrianzén denunciou que há uma "campanha oculta" em alguns veículos de imprensa baseada em especulações para desprestigiar a presidente, que está "consternada" com a decisão judicial contra seu irmão mais velho.

Um tribunal ordenou na última terça-feira a captura de Nicanor Boluarte, depois que ele não compareceu à audiência em que recebeu 36 meses de prisão preventiva por um esquema de tráfico de influência.

Nicanor, de 65 anos, é acusado pelo Ministério Público de comandar uma rede que nomeava funcionários em troca de propina, aproveitando o "poder de fato" que lhe é atribuído por sua relação com a irmã. A polícia não o encontrou em sua residência, e seu advogado diz desconhecer seu paradeiro.

Esse escândalo vem à tona quando a popularidade de Dina Boluarte atinge o seu mínimo, com 3% de aprovação nas pesquisas, e quando ela mesma enfrenta uma investigação fiscal por um caso que envolve relógios de luxo não declarados como parte dos seus bens, conhecido como "Rolexgate".

Dina Boluarte só pode ser levada a julgamento quando acabar seu mandato, em julho de 2026, segundo a Constituição