EUA sanciona general da reserva colombiano por violações de direitos humanos
A decisão proíbe Mario Montoya e sua família de viajar aos Estados Unidos
Os Estados Unidos anunciaram, nesta sexta-feira (22), sanções contra o general da reserva colombiano Mario Montoya, a quem acusam de estar envolvido em um caso de execuções extrajudiciais de civis, que foram falsamente apresentados como guerrilheiros mortos em combate.
A decisão proíbe Mario Montoya e sua família de viajar aos Estados Unidos, informou o Departamento de Estado.
Montoya foi comandante do Exército em 2006 e era um dos militares mais próximos do então presidente, o conservador Álvaro Uribe (2002-2010). Ele renunciou em 2008, pressionado pelo escândalo das execuções, que, segundo afirma, ocorreram sem seu conhecimento.
"Os Estados Unidos continuarão seus esforços para apoiar uma paz duradoura na Colômbia, que reconheça as necessidades das vítimas e dos sobreviventes", disse o Departamento de Estado em um comunicado.
Em 2023, o tribunal especial para a paz da Colômbia imputou a Montoya crimes contra a humanidade por sua responsabilidade na morte ou no desaparecimento de 130 civis, que foram falsamente reportados como guerrilheiros mortos em confrontos, caso que ficou conhecido como os "falsos positivos".
No comunicado, o Departamento de Estado também destacou seu apoio ao acordo de paz assinado em 2016 entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o governo do presidente Juan Manuel Santos, Nobel da Paz.
Este acordo reduziu a violência na Colômbia, devastada por décadas de um conflito armado que envolveu agentes do Estado, guerrilhas, grupos paramilitares e traficantes de drogas.
No entanto, alguns grupos dissidentes continuaram operando e, desde então, se fortaleceram em armamento e número de combatentes.
Essas facções disputam com outras organizações ilegais o controle de territórios-chave para a produção de folha de coca e mineração ilegal.