EUROPA

Pesquisa mostra que cada vez mais franceses são a favor da imigração zero

Segundo o levantamento, quase metade dos franceses apoia a interrupção total dos fluxos migratórios para o país

A loja da Chanel em Paris foi roubada nesta quinta-feira (5) - Bertrand Guay/AFP

Uma pesquisa realizada pelo Instituto CSA para o Journal du Dimanche, Europe 1 e CNews, aponta que 48% da população francesa agora se declara favorável a interromper totalmente a imigração, o que representa um aumento de sete pontos percentuais em relação a 2021.

A pesquisa reflete o aumento das tensões e divisões na sociedade francesa em relação à imigração, um tema que promete continuar sendo central nos debates políticos do país.

Segundo o levantamento, quase metade dos franceses apoia a chamada "imigração zero", ou seja, a interrupção total dos fluxos migratórios para o país. No entanto, 51% ainda se posicionam contra a ideia (1% não se manifestou).

Desde a última pesquisa sobre o tema, realizada pelo mesmo instituto em 2021, a proporção de pessoas a favor dessa política aumentou significativamente.

As opiniões sobre o tema apresentam variações modestas entre diferentes categorias da população. Enquanto 55% dos homens rejeitam a ideia de interromper completamente a imigração, 53% das mulheres são a favor.

Entre os mais jovens, com menos de 35 anos, 51% apoiam o fim dos fluxos migratórios, ao contrário dos maiores de 50 anos, entre os quais 52% são contrários.

No campo profissional, as categorias socioeconômicas mais altas (CSP+) são majoritariamente contra a "imigração zero" (54%), enquanto as classes socioeconômicas mais baixas (CSP-) mostram o mesmo nível de apoio à medida.

Entre os eleitores de esquerda, 79% se opõem à ideia de interromper a imigração, sendo que esse número sobe para 88% entre os apoiadores do partido La France Insoumise. Já entre os eleitores da maioria presidencial, 71% também são contrários.

Por outro lado, a "imigração zero" é amplamente apoiada pelos eleitores da direita nacionalista, com 83% a favor. A direita tradicional, por sua vez, está mais dividida: 54% dos seus eleitores se posicionam contra a proposta.