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"Senna" transformou o autódromo de Buenos Aires em circuito de Fórmula 1; entenda

Minissérie brasileira estreia no próximo sábado e narra a vida do piloto brasileiro

Gabriel Leone como Ayrton Senna, em "Senna" - Netflix/Divulgação

A pista está deserta, apenas os enormes cartazes publicitários com marcas de pneus, relógios e cigarros acrescentam um pouco de cor.

O som dos motores anuncia a proximidade dos veículos. De repente, dois carros de Fórmula 1 aparecem. A McLaren pilotada por Ayrton Senna, reconhecível de longe pelo capacete amarelo, supera a Ferrari de Alain Prost.

Assim, a rivalidade dos antes companheiros de equipe se expressa em uma manobra que deixa o piloto brasileiro um passo mais próximo da vitória.

Na verdade, esses pilotos não são Senna e Prost, os carros não são McLaren e Ferrari, e a pista não é um circuito internacional de Fórmula 1.

Este não é um feitiço mágico, viajar no tempo e no espaço é possível graças a “Senna”, minissérie da Netflix que estreia no próximo sábado (29)

A ilusão que se gera ao visitar o set de filmagem é fruto do trabalho de uma grande equipe técnica, que converteu o autódromo de Buenos Aires, Oscar e Juan Gálvez, em diversos circuitos famosos, do Japão ao Brasil, assim como eram no início da década de 90, enquanto construtores especializados criavam as réplicas dos carros de Fórmula 1.

Durante a visita ao set de Senna, a equipe criativa e técnica mostrou com orgulho a magnitude da produção da minissérie brasileira, que conta a história do campeão da Fórmula 1.

"São seis episódios, 140 dias de filmagem, temos a unidade principal com 300 pessoas na equipe" lista Caio Gullane, produtor executivo da série, junto com seu irmão Fabiano.

"Filmamos muitas sequências reais de corrida nas pistas" diz.

Para contar a história de Senna, desde a primeira volta no kart feito por seu pai e seu início na Fórmula 1 até sua trágica morte na pista de Ímola, na Itália, em 1994, era necessário não só encontrar os atores certos para interpretar pessoas da vida real.

Também foi preciso ter uma equipa criativa capaz de desenhar e construir a materialidade do universo da Fórmula 1 mais de 30 anos atrás.

Um dos fatores chave nessa construção são os figurinos. Uma enorme sala repleta de estantes abriga as roupas da Fórmula 1 e as roupas “civis” dos protagonistas e figurantes.

Outra área que ocupa boa parte do acervo são os capacetes. Foram feitos 318 especialmente para a série.

O desenho e a construção do figurino de Senna levaram um ano inteiro de trabalho, segundo as designers Cristina Kangussu e Luiza Fardín

"Foi um desafio enorme porque nos comprometemos a reproduzir esses uniformes exatamente como eram e também em material à prova de fogo, porque quem dirige tem que usar tudo à prova de fogo: sapatos, luvas, macacão, tudo. Foi um grande desafio para nós" disse Fardín.

Para replicar os figurinos e capacetes das diferentes equipes foi necessário obter autorizações dos patrocinadores que apareciam na época.

Os fornecedores fizeram tudo do zero, as peças foram confeccionadas em oficinas no Brasil e na Argentina.

Além disso, 21 carros que foram usados nas filmagens.

O trabalho realizado nos veículos, que sofreram alterações para representar todas as épocas da vida de Senna, foi coordenado por Tulio Crespi, piloto que começou a construir carros de competição, a nível nacional e internacional, em 1963.

Todo o trabalho com os carros na pista, a direção de arte, os figurinos e as performances é completado com um complexo processo de efeitos visuais.

O diretor Marcelo Siqueira liderou uma equipe internacional que utilizou tecnologia 3D e de captura de movimento, entre outras, para enfrentar desafios tão diversos como completar o ambiente dos circuitos para que parecessem reais.

A série conta com o ator Gabriel Leone no papel principal, o francês Matt Mella como Alain Proust, Gabriel Louchard como Galvão Bueno, Pâmela Tomé como Xuxa e Julia Foti como Adriane Galisteu.

Assista aqui o trailer