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Instituto realiza ato contra violência às mulheres, no Marco Zero, nesta segunda-feira (25)

Na ação, o grupo montou o "Varal da Luta", com a instalação de um grande varal a céu aberto, com camisas brancas marcadas na cor vermelha que contam com mensagens de prevenção

Instituto realiza ato contra violência às mulheres, no Marco Zero, nesta segunda (25), com um - Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Nesta segunda-feira (25), Dia Internacional pela eliminação da violência contra as mulheres, o Instituto Banco Vermelho (IBV) realiza ato simbólico no Marco Zero, localizado no Bairro do Recife, região central da capital pernambucano. 

Na ação, o grupo montou o "Varal da Luta", com a instalação de um grande varal a céu aberto, com camisas brancas marcadas na cor vermelha. Nelas, estão mensagens de conscientização, prevenção e informações gerais que podem ser seguidas por mulheres vítimas de violência em busca por auxílio e amparo social.

O ato, que se realiza até o meio-dia desta segunda, chega em uma tentativa de combate à dura realidade enfrentada por mulheres no Brasil, que é o quinto país com mais mortes de mulheres no mundo. No Nordeste, Pernambuco é o estado que lidera em registros de feminicídio,

"Na Lei Maria da Penha, existem cinco tipos de violência: física, moral, psicológica, patrimonial e sexual. A importância dessa ação é trazer essa informação para a sociedade e mostrar essa chaga que é o feminicídio no nosso país. Feminicídio zero não é uma ilusão, e, sim, um compromisso", afirmou a diretora do IBV, Paula Lomangi.

Varal da Luta, com mensagens de prevenção e conscientização. - Foto: Davi de Queiroz/Folha de Pernambuco

Boa recepção
O Varal da Luta está presente no Marco Zero, um dos principais cartões postais do Recife, desde domingo (24). O ponto foi escolhido porque, por lá, passam muitas pessoas todos os dias, o que aumenta o impacto e alcance da ação. 

Segundo a presidente do IBV, Andrea Rodrigues, o ato foi bem recebido. "Muitas pessoas chegam perguntando se as camisas estão sendo vendidas, do que se trata. Mas a realidade é que, quando elas lêem as mensagens, se sentem muito impactadas. Tivemos, inclusive, relatos de pessoas falando que se viram nas camisas, que elas representam as suas histórias", explicou.

"O objetivo é trazer informação, mas também acolhimento. Que as pessoas possam se enxergar nas mensagens, porque atuamos em um papel de prevenção. Trazemos dados que precisam ser falados, como que a cada seis minutos uma menina é estuprada no Brasil, que a cada seis horas uma mulher é morta, mas também trazemos informações como o Ligue 180, que pode ser acionado em caso de violência", completou.

IBV
O instituto surgiu em memória de Patrícia Wanderlei e Renata Alves, vítimas de feminicídio no Recife nos anos de 2018 e 2022, respectivamente. Amigas das duas, sensibilizadas pela perda para a violência contra a mulher, criaram o movimento, que, posteriormente, evoluiu para a criação do IBV, que, nesta segunda, comemora um ano de atuação.

"O IBV foi formado por mulheres que transformaram o luto pela perda de suas amigas para o feminicídio em uma luta pelos direitos das mulheres. É assim que atuamos hoje em dia", explicou Paula Lomangi.

Ao todo, o grupo já impacta 12 estados brasileiro, e atuou na criação de: uma Lei Federal (Nº 14.942), sancionada pelo presidente da República em 31 de julho deste ano; um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério das Mulheres, assinado em agosto, que promove ações de enfrentamento à violência contra a mulher; além de Projetos de Lei aprovados em Recife-PE e Araguaína-TO e em tramitação no estado de Pernambuco. 

A ação integra também a programação da campanha internacional "21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a mulher", movimento global realizado entre 25 de novembro e 10 de dezembro.

Quem quiser conhecer mais sobre o projeto e ajudá-lo pode acessar o perfil @bancovermelho no Instagram. 

Onde buscar ajuda
A Lei Maria da Penha estabelece que todo o caso de violência doméstica e intrafamiliar é crime, deve ser apurado por meio de inquérito policial e ser remetido ao Ministério Público.

A violência contra a mulher pode ser manifestada das formas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral.

Em todos os casos, lembre-se que você não está sozinha e pode fazer a denúncia de diversas formas. 

Veja como e onde receber acolhimento em caso de violência doméstica em Pernambuco:

Ligue de forma gratuita para o 190: Polícia Militar de Pernambuco (PMPE). O serviço é disponível 24h por dia, todos os dias. 

Ligue de forma gratuita para o 180: Central de Atendimento à Mulher. O serviço do Governo Federal fica disponível 24h por dia, todos os dias, e recebe ligações de todos os lugares do Brasil. Ele registra e encaminha denúncias de violência contra a mulher aos órgãos competentes.

Ligue de forma gratuita para o 0800.281.81.87: Ouvidoria da Mulher de PE. O serviço funciona até às 20h, depois desse horário é recomendado ligar para o 190.

A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) dispõe de 15 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM). Algumas delas funcionam 24h por dia. Confira as unidades:

Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (DEAM)

- Recife (1ª Delegacia de Polícia da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Rua do Pombal, s/n, Praça do Campo, Santo Amaro.
Telefone: (81) 3184.3356 / 3184.3352

- Jaboatão dos Guararapes (2ª Delegacia de Polícia da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Rua Estrada da Batalha, s/n, Prazeres - 6º Batalhão.
Telefone: (81) 3184.3444 / 3184.7198.

- Petrolina (3ª Delegacia de Polícia da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Avenida das Nações, nº 220, Centro.
Telefone: (87) 3866.6625

- Caruaru (4ª Delegacia Especializada da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Rua Dalton Santos, nº 115, São Francisco.
Telefone: (81) 3719.9107 / 3719.9106

- Paulista (5ª Delegacia de Polícia da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Praça Frederico Lundgren, s/n, Centro
Telefone: (81) 3184.7075 / 3184.7077

- Cabo de Santo Agostinho (14ª Delegacia de Polícia da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Av. Conde da Boa Vista (antiga BR 101), S/N, Pontezinha.
Telefone: (81) 3184.3414 / 3184.3413

- Olinda (15ª Delegacia Especializada da Mulher) PLANTÃO 24H
Endereço: Avenida Governador Carlos de Lima Cavalcanti, 2405 - Casa Caiada.
Telefone: (81) 98663.6677

- Surubim (7ª Delegacia de Polícia da Mulher)
Endereço: Rua Santos Dumont, nº 85, Oscar Loureiro.
Telefone: (81) 3624.1983 / 3624.1984

- Goiana (8ª Delegacia de Polícia da Mulher)
Endereço: Rua 65, Loteamento Carvalho Feitosa, s/n, Centro.
Telefone: (81) 3626.8510

- Garanhuns (9ª Delegacia de Polícia da Mulher)
Endereço: Avenida Frei Caneca, nº 460, Centro.
Telefone: (87) 3761.8510/ (87) 3761.8507

- Vitória de Santo Antão (10ª Delegacia de Polícia da Mulher)
Endereço: Av. Henrique de Holanda, nº 1333, Redenção.
Telefone: (81) 3526.8789 / 3526.8928

- Salgueiro (11ª Delegacia Especializada da Mulher)
Endereço: Rua Antônio Figueiredo Sampaio, 93, no bairro Nossa Senhora das Graças.

- Afogados da Ingazeira (13ª Delegacia de Polícia da Mulher)
Endereço: R. Valdevino J. Praxedes, s/n, bairro Manoela Valadares
Telefone: (87) 3838.8713 / (87) 3838.8782

- Palmares (16ª Delegacia Especializada da Mulher)
Endereço: R. Cap. Pedro Ivo, 590 - Centro, Palmares

- Arcoverde (17ª Delegacia Especializada da Mulher)
Endereço: Rua Augusto Cavalcanti, 276 Centro da Cidade
Telefone: (87) 98877-2210

Serviços no Recife
A Prefeitura do Recife disponibiliza alguns serviços voltados para as mulheres vítimas de violência doméstica.

Centro de Referência Clarice Lispector
O local funciona 24h, todos os dias da semana, e conta com espaço para o abrigamento emergencial de usuárias em atendimento, acompanhadas ou não de filhos.

Endereço: Rua Doutor Silva Ferreira, 122, em Santo Amaro.

Serviço Especializado e Regionalizado - SER Clarice Lispector
O local acolhe mulheres em situação de violência, por meio de uma equipe multidisciplinar formada por duas assistentes sociais, duas advogadas, duas psicólogas e duas educadoras.

Endereço: Avenida Recife, nº 700, Areias.

Atendimento: 7h às 19h, de segunda a domingo 

Salas da Mulher
As Salas da Mulher de cada Compaz são responsáveis pelo primeiro acolhimento das cidadãs.

Unidades do Compaz: Eduardo Campos (Alto Santa Terezinha), Ariano Suassuna (Cordeiro), Miguel Arraes (Praça Caxangá), Dom Hélder Câmara (Coque) e o recém-inaugurado Paulo Freire (Ibura). 

Plantão WhatsApp (24 horas) para casos de violência doméstica: (81) 99488.6138.