Folha Saúde

Aeroportos mais inclusivos para pessoas com autismo

Locais para acolhimento de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) estão sendo instalados por concessionárias em vários aeroportos brasileiros

Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos - Divulgação

A quantidade exata de pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) ainda é indefinida. Seja no mundo ou no Brasil. A estimativa via dados internacionais é de um caso para cada 44 nascimentos.

No Brasil, segundo o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizado em 2022, estima-se que haja, aproximadamente, dois milhões de pessoas com TEA.

A sociedade tem avançado em direção a um futuro mais inclusivo, adaptando-se para melhor receber pessoas neurodivergentes. Essa evolução faz parte de uma maior conscientização sobre a importância de criar ambientes que atendam às necessidades de todos, promovendo respeito, acessibilidade e acolhimento. 

Diversas iniciativas têm surgido em espaços públicos e privados, oferecendo um ambiente mais sensível às características e aos desafios vividos por pessoas neurodivergentes, especialmente aquelas com Transtorno do Espectro Autista.

Programa

Considerando as quase 200 mil pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que circulam pelos aeroportos do Brasil mensalmente, o Ministério de Portos e Aeroportos lançou, no mês de novembro, o Programa de Acolhimento ao Passageiro com Transtorno do Espectro Autista.

 Para isso, os terminais aéreos contarão com vários aprimoramentos, entre eles, a instalação de salas multissensoriais que oferecerão estímulos sensoriais visuais, táteis e auditivos, promovendo relaxamento, concentração e bem-estar. 

Essa adaptação mostra que a inclusão não se limita a uma questão de espaço, mas parte para ações concretas que facilitam a participação plena de todos na sociedade. 

Estrutura

As salas estarão disponíveis para todas as faixas etárias e acessíveis também a passageiros com outras neurodivergências. Profissionais do setor passarão por cursos e capacitação, e haverá, ainda, a promoção de conscientização e sensibilização dos demais passageiros. 

 “Eu tenho um afilhado, o Henrique, que é autista, e posso sentir na pele o quanto um programa como esse vai transformar a vida dele e de toda a nossa família. E, principalmente, o impacto positivo para tantas famílias brasileiras. Ao anunciar essa iniciativa, estamos dando um sinal claro ao Brasil da importância das concessionárias não só para o desenvolvimento econômico e geração de emprego, mas, sobretudo, para um olhar social”, declara o ministro Silvio Costa Filho.

20 salas

O Programa de Acolhimento ao Passageiro com TEA está alinhado com os objetivos do Plano Aeroviário Nacional (PAN), visando à instalação de 20 salas multissensoriais em aeroportos brasileiros até 2026, por meio do Programa de Governo “Viver sem Limites II”. 

Ainda este ano será inaugurada mais uma sala multissensorial no aeroporto de Natal. Já está prevista a implementação de outras seis salas no primeiro trimestre de 2025. As duas primeiras salas sensoriais foram instaladas em Florianópolis (SC) e Vitória (ES) pela Concessionária Zurich Airport, em uma iniciativa pioneira que inspirou o atual programa. A adesão ao programa não acarretará em custos para a União, já que os investimentos nos aeroportos serão feitos  pelas próprias concessionárias.

Estímulo

Lançando um incentivo às concessionárias aéreas, para acelerar a movimentação da ação, o ministro propôs uma meta: a concessionária que for a primeira a implementar sua sala multissensorial receberá uma atenção especial na premiação dos melhores aeroportos. 

Um segundo objetivo também foi destacado, encorajando as empresas a promoverem, a partir de 2025, campanhas de conscientização sobre a violência contra a mulher.