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Confira registros do "Me leva Brasil", quadro que fez a fama de Maurício Kubrusly no Fantástico

Diagnosticado com demência frontotemporal, repórter foi homenageado na 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, no final de semana

Maurício Kubrusly, ex-repórter da TV Globo - Zé Paulo Cardeal/Divulgação

Diagnosticado com demência frontotemporal desde 2019, quando foi afastado da TV , o repórter Maurício Kubrusly foi o destaque da 11ª Mostra de Cinema de Gostoso, em São Miguel do Gostoso (RN), em cuja sessão de abertura foi exibido pela primeira vez o documentário “Kubrusly: mistério sempre há de pintar por aí”.

Aplaudido de pé ao lado da família, o repórter tem sua trajetória repassada pelo filme dirigido por Caio Cavechini e Evelyn Kuriki, que ao Globoplay em 4 de dezembro.

Tendo trabalhado na TV Globo por 34 anos, Kubrusly iniciou a carreira no extinto Jornal do Brasil, como repórter.

Ao se mudar do Rio para São Paulo, tornou-se diretor da sucursal paulista do JB. A ós passagens pelo Jornal da Tarde e da Rádio Excelsior FM, Kubrusly ganhou projeção nacional como reporter da TV Globo, cobrindo eventos como Copa do Mundo, Jogos Olímpicos e cerimônias do Oscar.

Mas foi no Fantástico que criou o quadro que o tornou nacionalmente conhecido, o “Me leva Brasil”, nos anos 2000.

O quadro trazia histórias e personagens curiosos pinçados pelo jornalista nos 188.786 quilômetros que percorreu pelos quatro cantos do país.

Era um toque de leveza no programa dominical, do qual o jornalista fez parte durante quase 20 anos.

Algumas de suas histórias foram reunidas no livro "Me leva Brasil: a fantástica gente de todos os cantos do país" (2005, Ed. Globo).A seguir, relembre cinco momentos marcantes do "Me leva Brasil" no "Fantástico":

Nomes estranhos


O "Me leva" que foi ao ar no dia 29 de maio de 2011 mostrou alguns casos engraçados de nomes estranhos pelo Brasil.

Primeiro, Maurício Kubrusly foi em Bauru, onde conheceu o Seu Osni Neves, que trabalhou num cartório por 30 anos e passou a anotar nomes diferentões que apareciam por lá para serem registrados.

"Um dia, um japonês apareceu para registrar o nome do filho. O escrivão perguntou: 'já escolheu o nome?'. O japonês respondeu: 'Já xim, Antônio'. O nome ficou 'Jáchim Antônio'.", contou Seu Osni.

Na mesma matéria, Kubrusly conheceu a família de Dona Pedrita, fã de Elvis Presley desde a juventude.

Ela homenageou o astro americano nos nomes de seus filhos: tem Elvisnei, Elvismara, Elvislei, Elvislaine e Elvicentina.

O padre que dá conselhos amorosos


Em 2012, Kubrusly contou a história do Padre Chrystian Shankar, um fenômeno da cidade de Divinópolis, em Minas Gerais.

Shankar ficou famoso por dar conselhos amorosos, seja para casais, seja para pessoas que buscam um par.

Em uma das suas pregações, o padre orienta como o casal deve se comportar quando está a sós, na cama: "Ali é o edredom da bênção.

Quando entrar no quarto, não é hora de discutir conta e prestação de carro com o marido", diz o religioso.

Maior feijoada do mundo

Meia tonelada de feijão imersos em mais de mil litros de água. Tudo cozinhado num panelão de 12 toneladas que ferve sobre uma fogueira com 6 metros de lenha.

"Não pode parar de mexer", avisava Maurício Kubrusly na matéria que apresentava a maior feijoada do mundo, feita anualmente em Prudentópolis, cidade paranaense que é a maior produtora de feijão preto do Brasil.

Freiras boas de bola

Um grupo de freiras ganhou fama depois que Kubrusly contou sua história no "Fantástico", em 2009.

Isto porque as Irmãs Beneditinas Missionárias conquistaram os alunos da Escola Beneditina, em Sorocaba, depois que passaram a jogar futebol com a molecada.

O repórter levou as irmãs ao encontro de Ronaldo Fenômeno, à época jogador do Corinthians. "Habilidosas", elogiou o atacante, se referindo às freiras que, claro, se emocionaram com a presença do craque.

Guitarra imaginária

Outra matéria que ficou na memória dos telespectadores foi a que contava a história do consultor Fausto Carraro, um engenheiro de formação que atacava de guitarrista nas horas vagas.

O inusitado é que Fausto era praticante de "Air guitar", modalidade em que a guitarra é imaginária e quem a toca apenas simula os movimentos, como se estivesse empunhando uma guitarra real.