Futebol

Com pernambucanos entre as vítimas, desastre aéreo da Chapecoense completa oito anos

Avião da empresa La Mia, que transportava a delegação da Chape para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional/COL, caiu no dia 28 de novembro de 2016

Queda de avião que transportava Chapecoense vitimou 71 pessoas e deixou seis feridos - Raul Arboleda/AFP

Há exatos oito anos, o esporte brasileiro sofreu a maior tragédia aérea de sua história. O avião da empresa La Mia, que transportava a delegação da Chapecoense para a primeira partida da final da Copa Sul-Americana, contra o Atlético Nacional/COL, caiu no dia 28 de novembro de 2016 (no Brasil, era madrugada do dia 29), ao se aproximar do Aeroporto José Maria Córdova, em Rionegro, perto de Medellín, na Colômbia. As investigações apontaram que a queda se deu por pane seca (falta de combustível). Ao todo, 71 pessoas morreram e seis ficaram feridas.

Dois pernambucanos estavam no voo: o meia Cleber Santana e o atacante Kempes. O primeiro, natural de Abreu e Lima, jogou pelo Sport, além de ter passagens por Santos, São Paulo, Flamengo e clubes da Espanha, como Mallorca e Atlético de Madrid. O segundo, de Carpina, da Zona da Mata Norte, atuou por Ceará, Vitória e equipes do Japão. Três atletas sobreviveram: O ex-goleiro Jakson Follmann, o ex-zagueiro Neto e o lateral Alan Ruschel.

Após o acidente, a Chape foi considerada campeã da Sul-Americana. Mas o título não apagou o sofrimento dos familiares das vítimas da tragédia que ainda esperam o recebimento das indenizações por parte do clube, da companhia áerea boliviana LaMia, da seguradora britânica Tokio Marine Kiln, da resseguradora boliviana Bisa e da corretora britânica AON. O caso segue na Justiça. Em dezembro de 2019, o Senado Federal instalou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar a situação.

A Folha de Pernambuco publicou em novembro de 2021, na data que marcou os cinco anos da tragédia, uma reportagem contando a situação dos familiares. Foram ouvidas Rosângela Loureiro, viúva de Cléber, e Marinalva Santana, mãe do ex-jogador.

Documentários

Em 2021, os canais ESPN produziram um documentário sobre Cléber Santana, que estava na tragédia. Intitulado “Cleber Santana, a Estrela Solitária”, o material contou  o início da carreira do ex-meia, criado em Abreu e Lima, na Região Metropolitana do Recife (RMR), entrevistando familiares, amigos e jornalistas. O produto teve roteiro e reportagem de Marcelo Gomes, com narração de Paulo Soares. O repórter de Esportes da Folha de Pernambuco, William Tavares, foi um dos entrevistados do projeto, que também tem participação do jornalista Francisco José, além do narrador Aroldo Costa e do comentarista Ralph de Carvalho, ambos da Rádio Jornal.

Nesta quinta (28), outro documentário envolvendo a temática será exibido. “Dossiê Chapecó: o Jogo por Trás da Tragédia” será exibido no canal ID, às 20h30, com gravações no Brasil, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Estados Unidos e Espanha. A reportagem foi indicada ao Emmy Internacional 2023 na categoria “Melhor Documentário”.